A gente até já tinha falado disso aqui de uma maneira assim meio ligeira, mas o assunto é merecedor de prazo maior de pensamento e prosa pro seu perfeito entendimento e por conta disso vai ser destrinchado e esticado agora aqui nesta abrideira. O caso passado foi que, de acordo com a Secex, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, as importações do setor leiteiro brasileiro, que tinham começado a diminuir, voltaram a aumentar em junho, chegando a um volume correspondente a 177,9 milhões de litros. Repare o companheiro fazendeiro que este resultado representou um forte crescimento de 21,6% em relação a maio do ano presente, embora tenha ficado ligeiramente abaixo do que tinha sido registrado no período correspondente do ano passado.
Na lista dos principais derivados comprados no estrangeiro pelos laticínios e distribuidores brasileiros, os que tiveram os maiores aumentos na quantidade importada foram os leites em pó, sendo que o integral teve alta de 31% e o desnatado, de nada menos que 56%. Por outro lado, na mão contrária de direção desta mesma estrada, a exportação também melhorou, mas foi um pouquinho assim de quase nada. O total despachado agora lá pra fora foi o correspondente a 4.6 milhões de litros, ou só 3% a mais na comparação mensal, ficando ainda abaixo do resultado de junho do ano passado. Fazendo então uma conta simples de subtração, a balança comercial dos laticínios no período considerado ficou com um gigantesco saldo negativo de 173 milhões de litros.
Ainda assim, esta imensa diferença entre o que foi comprado e o que foi vendido era maior ainda em maio, tendo sido reduzida em 31 milhões de litros. Pois então, a questão agora é de prestar muita atenção no lado do vento e no rumo que tá sendo tomado pelo carretão, e aí, pelo que tá se vendo, o caso tá é ficando ainda mais complicado, né. O problema é que hoje o valor dos produtos mais importados pelo Brasil já tá maior aqui do que ali nos nossos principais fornecedores, que são a Argentina e o Uruguai. Além disso, estes nossos vizinhos de cerca e parceiros no Mercosul tão entrando na safra do leite e, apesar de alguns padecimentos dos produtores argentinos, vão ter fartura de mercadoria pra vender e preço vantajoso pra oferecer. E como a gente não vai ter maneira de fechar a porteira, o jeito vai ser se segurar no banco porque, de novo, lá vem tranco.