O Brasil registrou um novo recorde no primeiro trimestre deste ano, com 9,3 milhões de cabeças, aumento de 24,6% em relação ao ano passado. A ampla oferta de animais após maior retenção de fêmeas abasteceu o mercado. Em entrevista ao canal AgroMais, Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) as vendas externas atingiram “uma marca inédita de US$ 5,6 bilhões no semestre e 1,3 milhões de toneladas”.
Já Alberto Pessina, CEO da Consultoria Agromove, o resultado deve-se aos preços mais competitivos da carne. “Em relação à América Latina, o boi brasileiro também está muito barato. Então, passa a ter uma atratividade muito grande pelo boi brasileiro, ajudando a equilibrar o mercado no curto espaço.” Nos seis primeiros meses deste ano, o preço das carnes subiu apenas em janeiro e acumulou queda de -2,98% no período. Nos últimos 12 meses, a redução é ainda maior, – 6,5%. “Nós também vemos que a carne brasileira. Está muito barata em relação ao frango.”, conceitua Pessina.
Excesso de animais no gancho do frigorífico significa queda no preço da rouba. Dentro da porteira, o pecuarista teve que equilibrar as contas. Andrey Zollmann gerencia uma fazenda em Cáceres (MT) e acompanha esse cenário com preocupação. “Hoje trabalhamos com patamares muito baixos, preço dos bezerros produzidos. bem abaixo do que os pecuaristas esperam trabalhar, para ter uma rentabilidade boa, para conseguir se manter na atividade com rentabilidade, com conforto financeiro dentro das fazendas.”, avalia.
Os abates de vacas e novilhas vêm diminuindo. Em Mato Grosso, o maior estado produtor de carne vermelha do país, a participação de fêmeas reduziu – 49,72%, o menor índice dos últimos seis meses. o que reforça uma transição na oferta de carne a curto prazo. De acordo com a Agromove, o ciclo pecuário está próximo ao fim, indicando que 2025 tem expectativa de pouca oferta de matrizes para os frigoríficos, elevando o preço do bezerro e aumenta a taxa do preço de reposição. “Isso faz com que talvez a gente tenha uma correção de preços do boi no segundo semestre, uma pequena correção de preços ajudando o boi a subir um pouco e a carne provavelmente vai sentir esse impacto também e subindo um pouquinho, até porque a demanda pela carne está muito boa.”, afirma Zollmann.
Colaboração: Estância Bahia Leilões / Leonardo Fernandes