Autor: Sidnei Maschio
Conforme os companheiros e companheiras boiadeiros decerto que já têm perfeito conhecimento e já tão sabelizados, seguindo o procedimento determinado pela OMSA, a Organização Mundial de Saúde Animal, a autoridade sanitária brasileira determinou a suspensão temporária da exportação de carne de frango, por conta de um foco do mal de Newcastle encontrado no Rio Grande do Sul. A presença da doença foi confirmada no dia 17 deste mês numa granja do município de Anta Gorda, e provocou imediatamente uma grande mobilização de técnicos e profissionais especialistas, pra tomar as devidas providências pro enfrentamento da situação e pra evitar o espalhamento desta grande consumição.
O serviço foi ligeiro e o roteiro obrigatório determinado pela OMSA pra este tipo de emergência sanitária foi cumprido à risca, e já na quinta-feira da semana passada, dia 25, o ministério da agricultura mandou um relatório oficial pra entidade internacional comunicando o encerramento do foco. A partir desta notícia, a decisão de retomar as importações vai depender exclusivamente do próprio país comprador, e não mais do governo brasileiro, né. Até o fechamento da semana passada, 42 países da nossa freguesia neste mercado tavam com algum nível de restrição, com suspensão do Brasil inteiro, como China, México e Argentina, com bloqueio só do Rio Grande do Sul, como Arábia Saudita e Rússia, e ainda com fechamento só pra cinco municípios da região gaúcha onde a doença apareceu.
Repare agora o companheiro boiadeiro que o Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador brasileiro de carne de aves, e a preocupação geral agora é a respeito de quanto tempo vai ainda vai levar pros embarques voltarem ao normal, né. O problema é que, se demorar, o produto que seria destinado pra setor exportador pode ser redirecionado aqui pro nosso mercado caseiro, onde o frango disputa com o boi a preferência do consumidor. Até agora, esta concorrência tava razoavelmente equilibrada, mas o caso é de prestar muita atenção na evolução da situação daqui pra frente, porque uma queda mais acentuada no preço da ave pode atrapalhar a recuperação da cotação da arroba do gado, que nem bem foi começada. Por enquanto, isso ainda não aconteceu, e tomara que fique assim desse jeito que tá, mesmo, né.