A SECEX, que é a Secretaria de Comércio do Ministério do Desenvolvimento, divulgou na semana passada o resultado da balança comercial do setor leiteiro brasileiro em julho, e o boletim que foi publicado tem uma notícia ruim, uma mais ou menos boa e ainda uma esperança de melhora. Começando então nesta ordem o destrinchamento do documento distribuído na praça, a destemperança ocorrida agora foi que as importações de leite e derivados no mês passado somaram o equivalente a 244 milhões de litros, com um substancioso aumento de 37,2% em relação a junho deste ano presente, e de 35,4% na comparação com o período correspondente de 2023.
Virando a página do papelório da Secex e dando seguimento na sua interpretação, as exportações da indústria laticinista brasileira continuaram numa carreira altista, com os embarques chegando, agora em julho, a 9,5 milhões de litros. Pareando com o tanto que foi comprado lá fora, é verdade verdadeira mesmo que isso é muito pouco, né, mas repare a companheira pecuarista que, em relação a junho último, o que aconteceu foi um aumento de nada menos que 108%, e ainda ficou 65% acima do que tinha sido despachado daqui pro estrangeiro no mesmo mês do ano passado.
Aí, juntando as duas pontas dessa corda, o saldo negativo na conta do que foi vendido com o que foi comprado chegou a 235 milhões de litros, com o tamanho do buraco aumentando, de junho pra julho, no equivalente a 62 milhões de litros de leite. Simplificando a explicação pra esta situação atual, o caso é que, considerando os preços em geral, pra indústria e pros distribuidores atacadistas brasileiros, ainda tava mais interessante trazer laticínios de fora, né. Mas agora já dá pra acreditar numa redução da importação já a partir deste agosto presente, e o motivo principal é a questão cambial, com a disparada do dólar em relação ao real, o que encarece tudo o que é importado, e deve ajudar a pelo menos diminuir a festa que os fornecedores estrangeiros ta fazendo aqui no nosso mercado.