O IBGE, que é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou na semana passada o resultado final da sua pesquisa a respeito do abate de gado no segundo trimestre do ano presente, e os números apresentados confirmaram o que já tinha sido dito antes, que o nosso setor pecuário teve um desempenho extraordinário no período estudado. O que aconteceu foi que, de abril a junho, foram pro gancho com algum tipo de inspeção sanitária oficial, municipal, estadual ou federal, nada menos que nove 9,93 milhões de animais, o maior volume já registrado na história da indústria frigorífica nacional. Comparando com os meses correspondentes do ano passado, esta boiada representou um forte crescimento de 17,5%.
Do total abatido, 5,45 milhões de cabeças eram machos, tendo sido registrado neste caso um aumento de 15%, pareando com o mesmo trimestre de 2023. Já as fêmeas somaram 4,51 milhões de cabeças, com um crescimento de 21%, na mesma comparação. Repare agora a companheira fazendeira que a pesquisa mostrou ainda uma mudança importante na distribuição percentual, sendo que a participação das vacas e novilhas subiu pra 45,8%, enquanto a dos bois e garrotes caiu pra 54,2%. E o peso médio das carcaças produzidas foi de 258KG, com uma redução de 3,8% na comparação anual.
Apurando a vista e olhando mais de perto pra situação das fêmeas, o amigo pecuarista decerto que já percebeu os recados que esta evolução tá mandando pro mercado, né. Em relação à diminuição do peso das carcaças, logicamente que ela é resultado justamente do aumento da participação, no total abatido, das vacas e novilhas, que naturalmente são mais leves. Por outro lado, e conforme já é do conhecimento geral, a explicação pro forte crescimento da entrega de fêmeas no frigorífico é a desvalorização do bezerro acontecida ao longo dos últimos dois anos, o que obrigou o fazendeiro a descartar suas vacas parideiras pra fazer dinheiro. E o que isso quer dizer é que o ciclo da pecuária já começou a mudar e o tempo do preço ruim tá chegando ao fim, aleluia e até que enfim, né.