O relógio andou, o tempo correu, o mundo girou, a fome do comprador chinês voltou, e o resultado foi que, no mercado internacional do leite e dos seus derivados, o carretão embicou outra vez no rumo de subida do estradão. Pois o caso que tem pra ser contado é que os preços subiram de novo agora no último leilão da GDT, a Global Dairy Trade, que vem a ser uma grande plataforma eletrônica e internética de negociação e influencia o setor leiteiro no mundo inteiro. De acordo com o boletim divulgado na praça pela Cooperativa Fonterra, da Nova Zelândia, que é a organizadora do evento, na edição de terça-feira passada, dia 17, o valor médio dos produtos negociados foi pra US$3.883/tonelada, o que representou um aumento ligeiro de 0,8% em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
A parte principal da explicação pra este novo reajuste, que foi o segundo seguido, é justamente a atual recuperação da demanda mundial, principalmente por conta das compras do gigante lá do oriente distante, mas também por causa da melhora no apetite dos países exportadores de petróleo do médio oriente. Aproveitando então a ocasião, os fornecedores aumentaram o volume de laticínios comercializados, que somou 38.814 toneladas, ou 1,2% a mais do que tinha sido no primeiro leilão do mês presente. A maior alta do dia foi da muçarela, que encareceu 4,5%, indo pra US$5.351/tonelada. Já o leite em pó integral, que vem a ser o produto mais negociado na GDT, subiu 1,5%, pra US$3.448.
Já a respeito dos efeitos que isso pode ter aqui no nosso próprio terreiro, o que deve ser levado em conta primeiramente é que a gente não compra praticamente nada que não seja do Uruguai e da Argentina, que são nossos parceiros aqui no Mercosul, pagando um preço bem maior do que estes da GDT, por conta do imposto cobrado de países de fora do bloco. Acontece que mesmo assim, os derivados produzidos aqui continuam custando mais caro do que nos nossos vizinhos de cerca, e isso quer dizer que os laticínios importados vão continuar fazendo a festa no nosso mercado. De qualquer maneira, com estes recentes aumentos na praça internacional em geral, já tá sendo vantajoso pros fornecedores argentinos e uruguaios exportar suas mercadorias pra outras freguesias, e aí precisa ver se a produção vai dar pra atender a todo mundo ou se eles vão ter de escolher pra quem vender, né.