Depois de vencer um trecho de subida na ribanceira nestas semanas derradeiras, o preço do leite dos seus derivados no mercado internacional continuou nas alturas, mas pegou agora um pedaço de planura na estrada e tá indo numa toada mais sossegada. Foi isso o que ficou demonstrado na terça-feira passada, 15, quando foi realizado o segundo leilão deste mês na GDT, a Global Dairy Trade, que vem a ser uma grande bolsa internética de negociação de laticínios, que influencia o setor no mundo inteiro. Conforme o resultado oficial divulgado pelo pessoal da cooperativa neozelandesa Fonterra, que é a organizadora do evento, o preço médio dos produtos comercializados foi de US$3.852 por tonelada, com um ligeiro aumento de 0,3% em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
A mesma situação de praticamente estabilidade se repetiu na quantidade de derivados apresentados pra venda agora, que foi de 38,956 mil toneladas, com um aumento exatamente igual, de 0,3%, fazendo a mesma comparação. Apesar desta alta de quase nada, este foi o maior volume já registrado na história da GDT. Destrinchando o relatório distribuído na praça, o preço que subiu mais foi o do queijo cheddar, com um reajuste de 4,2%, pra US$4.702 por tonelada, enquanto a maior queda foi da muçarela, que caiu 8,2% e fechou o dia a US$4.559. Já o leite em pó integral, que é o produto mais negociado na GDT, saiu por US$3.553, exatamente a mesma cotação do leilão passado.
A parte principal da explicação pra esta situação atual é a retomada das compras de países do norte asiático e do extremo oriente, com a China na frente, logicamente, né. Já a respeito de como este resultado vai influenciar o mercado aqui no nosso próprio terreiro, o pessoal do portal Milkpoint tá chamando a atenção pro encurtamento da diferença entre as cotações da GDT e as da Argentina e do Uruguai. Estes nossos dois vizinhos de cerca são os fornecedores de praticamente 100% dos laticínios trazidos no estrangeiro pelos importadores brasileiros, que pagam mais do que o mercado internacional em geral, por conta dos acordos do Mercosul. Mas com o emparelhamento dos preços, os produtores sul-americanos tão aumentando suas vendas pra outras freguesias, e isso deve aumentar muito a disputa entre os compradores e os valores da mercadoria, né.