Já faz algumas semanas que os países consumidores de leite e derivados tão querendo mais e mais mercadoria, mas a situação atual no mercado internacional é de relativa carestia, porque nos principais fornecedores a vacada não tá dando conta de aumentar a produção. Esta é a explicação simplificada do resultado do primeiro leilão de novembro na GDT, a Global Dairy Trade, que funciona mais ou menos como uma grande bolsa de negociação com participação de investidores e empresas do setor leiteiro do mundo inteiro. O caso foi que, neste evento realizado agora no último dia cinco, o preço médio dos produtos comercializados teve um aumento de quatro vírgula oito por cento em relação ao pregão anterior, indo pra US$3.997 por tonelada, a maior cotação registrada desde o já distante mês de setembro de 2022.
A primeira parte da explicação pra esta situação é um substancioso encurtamento no volume de derivados apresentados pra venda, que foi de 36.590 toneladas, com uma queda de 6,1%, comparando sempre com o último leilão de outubro, que tinha sido acontecido duas semanas antes. Conforme até já foi falado aqui, o motivo deste esmagrecimento na oferta é um período recente de redução no preço pago ao fazendeiro nos principais fornecedores do mercado internacional, que por conta disso andaram cortando o investimento na produção. Por outro lado, a demanda voltou a aumentar, especialmente da parte dos países exportadores de petróleo do oriente médio, o que compensou uma diminuição das compras da China, que assim mesmo continua sendo o maior importador mundial de laticínios, né.
Destrinchando o relatório divulgado pela organização do leilão, todos os derivados ofertados agora tiveram alta, sendo que a maior foi da manteiga, que subiu 8,3%, pra US$6.960 dólares por tonelada. O leite em pó integral, que é o produto mais negociado na GDT, ficou 4,4% mais caro, saindo por US$3.713. A respeito de como isso vai influenciar o setor leiteiro aqui no nosso próprio terreiro, o pessoal do Portal Milkpoint diz que estes aumentos tão estreitando a distância entre os preços internacionais em geral e os da Argentina e do Uruguai. Como estes nossos vizinhos e sócios no Mercosul são os fornecedores de praticamente todos os derivados que a gente compra lá fora, o resultado é que, daqui pra frente, vai ficar mais difícil e mais caro pros importadores brasileiros continuar inundando o nosso mercado com produtos estrangeiros, né.