Pois o tempo, que até outro dia cumpria um roteiro costumeiro de apostar corrida com o cavalo rei dos parelheiros, agora já não se contenta mais só com isso, e tá querendo virar bicho avoador pra ser mais ligeiro até do que gavião caramujeiro no seu ofício de caçador. Aí, parece que foi de repente, mas quando a gente reparou o ano presente agora já tá chegado nos seus dias derradeiros, sendo então esta hora recomendada pra assuntar como é que tá a situação do setor exportador de carne bovina e o que é que deve acontecer daqui pra frente. Pois então, a primeira questão a ser levada em consideração é que o 2024 já entrou pra história com a glória de ser o melhor ano de todos os tempos, assim como o outubro se consagrou como o melhor mês, depois de superar e tirar desta condição o setembro, justamente o seu próprio antecessor no calendário, né.
E pelo jeito que o carretão tá indo no eito, o novembro pode até passar na frente dos seus dois predecessores e tomar pra si este lugar honroso. De acordo com a Secex, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, nas três primeiras semanas do mês que tá em andamento o total despachado lá pro estrangeiro chegou a 137,3 mil toneladas, com um espantoso aumento de 46,1% em relação ao período correspondente do ano passado. Já respeito de qual deve ser o procedimento dos nossos principais fregueses na praça, a China, que continua puxando a banda, já tinha aumentado em 11% as suas compras do produto brasileiro, isso na soma de janeiro a outubro, e deve fazer um esforço ainda maior pra reforçar o estoque de mercadoria nas suas imensas câmaras frias.
O caso é que os dirigentes lá do gigante do oriente distante tão com receio de enfrentar algum perrengue no comércio internacional porque eles não se dão muito bem com o próximo presidente dos Estados Unidos, aquele senhor do cabelo amarelo, né. Aliás, a preocupação também é bastante aqui no Brasil, porque o grande país nortista é o segundo maior comprador da carne brasileira, e as promessas feitas na campanha eleitoral eram de uma política altamente protecionista contra os produtos importados e de forte incentivo aos produtores locais em geral. De qualquer maneira, como o rebanho estadunidense é hoje o menor da história, não vai ser já que eles vão poder fechar essa porteira. Por outro lado, a novidade é que o boi brasileiro deixou de ser o mais barato do mundo, perdendo pro da Argentina, e isso pode diminuir ligeiramente a nossa capacidade de competição no mercado.