Campear novos jeitos e criar soluções originais pra baratear o custo da alimentação pra população não é nada mais do que a obrigação de qualquer pessoa decente e minimamente inteligente, que tenha algum poder de decisão, seja na sociedade em geral ou nos organismos oficiais da administração pública, municipais, estaduais e federais, né. Pois então, é muito bom mesmo pra todo mundo, e especialmente pro povo pobre, quando o governo começa a pensar e a trabalhar nesta direção, porque nenhum ser humano, nunca, em lugar nenhum do mundo, deveria passar fome ou comer menos do que o necessário. E logicamente que o setor agropecuário brasileiro tem, sempre teve e sempre terá um firme compromisso com isso, e nunca se negou nem vai se negar a dar a sua contribuição pra ajudar a resolver definitivamente esta questão.
Mas pra começar a conversar seriamente a respeito do assunto, carece primeiramente de deixar bem esclarecido que alguns pré-requisitos são exigidos, como bom senso, informação de qualidade e conhecimento técnico e desapaixonado do que pode e do que não deve ser feito. Pois então, o caso acontecido foi que, nestes dias recentes, um rumor foi ouvido nas ruas, nos corredores e nas tais redes sociais, de que alguém sugeriu que o Brasil poderia criar um imposto a ser cobrado na exportação de alimentos, na intenção de dificultar a saída desses produtos do país. Aí, com o aumento da oferta e a melhora no abastecimento, o resultado seria a queda dos preços na prateleira do supermercado. A gente não vai chamar de burrice esta besteira monumental, que é pra não ofender este nobre animal, né.
Em relação a esta ofensa contra a inteligência, o médico veterinário Hyberville Neto, diretor da consultoria HN Agro, lembra que o melhor jeito de acabar com qualquer setor da economia é fechar os seus canais de distribuição. E é verdade mesmo que a oferta aumenta e o preço cai, mas isso é só num primeiro momento porque, perdendo uma parte importante da sua freguesia e tendo a sua lucratividade prejudicada, o produtor é obrigado a cortar o investimento e a reduzir, ou parar completamente, a produção. Aí acontece exatamente o contrário, com o desabastecimento e a disparada nos preços da mercadoria. Fazendo uma recordação ligeira, em 2006 a Argentina fez esta imbecilidade contra a exportação da sua carne bovina, e o resultado foi um desastre completo. Tomara então, mas tomara mesmo, que não tenha nenhum imbecil com poder pra fazer isso aqui no Brasil, né.