Por conta de outras questões igualmente urgentes, a gente ainda não tinha tido tempo de comentar aqui com os companheiros e companheiras produtores o resultado da balança comercial do setor leiteiro brasileiro em janeiro, o que vai ser feito agora, porque a notícia ainda não perdeu a atualidade e, como é da sabedência de todo mundo, esta informação é uma importante referência pra nossa atividade. Pois então, começando pela importação a contação do caso que foi passado no mercado, agora no mês passado a nossa indústria laticinista e os nossos distribuidores atacadistas compraram lá fora o equivalente a 202,4 milhões de litros do produto. Comparando com o que tinha sido acontecido em dezembro de 2024, este volume representou um aumento de 4,1%.
Já em relação a janeiro do ano passado, repare o amigo fazendeiro que o carretão andou na direção contrária, com a entrada de produtos estrangeiros aqui no nosso terreiro apresentando uma redução de 2%. Já as exportações brasileiras de leite e derivados continuaram demonstrando a sua quase irrelevância costumeira, com os embarques somando 4,73 milhões de litros e registrando ainda uma queda ligeira de 1,3% pareando com dezembro, mas um espantoso afundamento de 39,7% sobre o mês correspondente do 2024. Fazendo a conta de menos, o resultado é que o saldo negativo entre o que foi vendido e o que foi comprado neste janeiro passado diminuiu um tiquinho, mas continuou sendo gigantesco, de nada menos que 197,6 milhões de litros.
Gastando prazo de prosa e pensamento pra adquirir maior entendimento da situação atual, o pessoal do Portal Milkpoint chama a atenção dos amigos e amigas pecuaristas pra alta geral dos preços no mercado mundial, que agora também já tá chegando na Argentina e no Uruguai, que são os principais fornecedores de laticínios pro compradores brasileiros. Ao mesmo tempo, aqui no nosso terreiro, por conta do período de safra, a produção nacional tá aumentando e a cotação tá caindo, e aí, juntando uma coisa com a outra, o lógico seria esperar uma redução da importação daqui pra frente, né. Mas a gente ainda precisa pôr nesta discussão a questão cambial porque o valor do dólar em relação ao real tá desembestado na descida da ribanceira, e isso pode compensar o encarecimento da mercadoria lá no estrangeiro e facilitar, de novo, a sua entrada no nosso mercado caseiro.