Justamente na hora em que tava todo mundo já com o rojão na mão, só esperando a confirmação da recuperação dos embarques de carne bovina daqui pro estrangeiro, pra fazer a comemoração de mais um resultado extraordinário, o setor pecuário brasileiro levou um baita susto que não tava sendo esperado por ninguém no mercado. Conforme os companheiros e companheiras boiadeiros certamente já foram informados pelos nossos noticiários, a China, que é disparado o nosso maior cliente na praça mundial, mandou um recado pras nossas autoridades sanitárias avisando da suspensão temporária das exportações de três frigoríficos brasileiros. Sem ter muita preocupação de explicar a situação, como aliás é o procedimento costumeiro deles, no comunicado veio escrito só que o motivo da proibição eram inconformidades encontradas na produção destes estabelecimentos.
De acordo com a Abiec, que é a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, as unidades colocadas no castigo tão localizadas em Mozarlândia, no Goiás, em Nanuque, nas Minas Gerais, e em Presidente Prudente, aqui no estado de São Paulo. Os seus dirigentes já foram devidamente comunicados a respeito do que desagradou os técnicos chineses, e já tão trabalhando pra atender aos pedidos que por eles foram feitos. Não é a primeira vez, nem será a derradeira, que o governo chinês aplica esse tipo de rasteira na cadeia da carne brasileira, e geralmente eles fazem isso quando tão querendo demonstrar valentia pra derrubar o preço da nossa mercadoria. Seja como for, o incômodo vai ser bastante pro povo do setor, porque o frigorífico de Mozarlândia, por exemplo, foi o maior fornecedor da China no ano passado, com 117 mil toneladas.
Somando os embarques dos três estabelecimentos, eles representaram 10,7% do total que foi mandado lá pro gigante oriental no 2024. Por outro lado, na opinião do analista Hyberville Neto, da consultoria HN Agro, o sofrimento provocado pelo comportamento da China deve ser mais sentido nas regiões dos frigoríficos atingidos, o que vai ser sim muito dolorido pra quem vai padecer com a redução na produção e a queda da cotação. Mas olhando pro país inteiro, as empresas que são donas destas unidades, especialmente aquela bitela que é a maior delas, têm muitas outras espalhadas por este chão do sertão brasileiro, que vão continuar fazendo o fornecimento, de modo que a quantidade exportada deve ficar do mesmo tamanho ou até aumentar. De qualquer maneira, tomara que essa consumição não demore pra acabar, né.