Uma comitiva brasileira repleta de autoridades e chefiada pelo Presidente da República desembarcou no Japão para tratar diversas questões diplomáticas e ampliar as relações comerciais entre os dois países. Um dos destaques, claro, é a agropecuária brasileira e a possibilidade de abrir novos mercados com os asiáticos. E no que interessa aos pecuaristas daqui do nosso terreno o destaque é a tentativa de tornar os japoneses novos compradoreses da carne bovina brasileira. O que já foi tratado diversas outras vezes. Acontece que o comércio entre o Brasil e o país asiático representa cerca de onze bilhões de dólares, mas a pecuária bovina de corte não está incluída nestes valores. O Japão nunca comprou carne bovina brasileira alegando que o país não é livre de febre aftosa sem vacinação.
Mas se essa era a desculpa dos japoneses eles precisam ter bem a ciência de que a situação tende a mudar nos próximos meses. Isso porque depois de um intenso trabalho do PNEFA, o Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, a partir do dia 29 de maio o Brasil deve conseguir o status da organização mundial de saúde animal e se tornar, oficialmente, zona livre da doença. Sendo assim, essa missão comercial pode começar a estreitar os laços entre Brasil e Japão no que diz respeito a comercialização de carne bovina. Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da agricultura e pecuária, Carlos Fávaro confirmou que haverá negociações para abrir este novo mercado e que técnicos japoneses devem visitar plantas frigoríficas brasileiras já no mês de maio.
O Brasil quer ampliar as relações com países asiáticos. A China, por exemplo, é a grande compradora da nossa carne bovina. E todo mundo sabe bem que o Japão é um ótimo cliente. De acordo com dados do Ministério de Relações Exteriores, 70% dos produtos bovinos presentes nas mesas dos japoneses são importados, vindos principalmente dos Estados Unidos e da Austrália. E a amiga pecuarista lembra bem que o novo presidente norte-americano assinou decretos e fez declarações polêmicas que geraram grandes incertezas no mundo inteiro. E isso pode ser uma carta na manga para os negociadores brasileiros, né?. E depois a comitiva segue para o Vietnã e os boiadeiros brasileiros também devem ficar de olho. Mas isso é assunto pra outro dia.