O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (19/5) que não houve confirmação de novos focos de gripe aviária em granjas comerciais no Brasil. Questionado sobre as investigações em curso em Santa Catarina e no Tocantins, ele disse que o sistema sanitário e os produtores estão mais alertas com o estado de emergência, e por isso surgem novas suspeitas.
Seis casos suspeitos estão em investigação, segundo o Ministério da Agricultura. Dois deles são em criações comerciais, modalidade que podem gerar restrições comerciais. Os focos em análise são em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO). Mato Grosso, Sergipe, Ceará e Rio Grande do Sul têm investigações em curso de possíveis casos em aves de subsistência.
O ministro reforçou a expectativa de retomar o status de livre da doença em 28 dias desde a confirmação do caso em Montenegro (RS), bem como flexibilizar gradativamente as restrições comerciais. O ministro lembrou que, mesmo com a retomada do status de livre de gripe aviária, a normalização das exportações de carne de frango deve ocorrer de forma gradativa.
“Não significa que, imediatamente, todos os mercados se abrirão. Muitos vão fazer questionamento, tirar dúvidas. E é normal isso”, ressaltou.
“28 dias são o prazo científico que se extingue o risco de um ciclo se perpetuar. A gente, não tendo novos casos, pode, com segurança, dizer que o Brasil volta ao status de livre de gripe aviária. Certamente, aqueles que restringiram o Brasil todo, vão reduzir provavelmente só ao Rio Grande do Sul ou a Montenegro e aí, gradativamente, voltando à normalidade.”
Aos jornalistas, Fávaro disse ainda que a China estava prestes a voltar a comprar carne de frango proveniente do Rio de Grande do Sul, após suspender a importação do produto no ano passado por causa de um caso da doença de Newscastle em uma granja comercial do estado.
“A China estava na iminência de voltar a compra do Rio Grande do Sul, pois se deram por satisfeitos. Inclusive, na missão do presidente Lula na semana passada à China, a GACC [agência aduaneira do governo chinês] deu sinais de que estava satisfeita com todos os relatórios fornecidos sobre Newcastle e, provavelmente, ia tirar as restrições até do Rio Grande do Sul”, declarou o ministro. “Infelizmente, a restrição agora veio por outro motivo”, completou.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) acompanha com atenção a confirmação, por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em um plantel comercial de aves em uma granja no município de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul. O caso marca uma nova etapa na presença do vírus, que até então se limitava a aves silvestres e de criação caseira.
Desde 2022, mais de 4.700 surtos de gripe aviária altamente patogênica foram notificados na América Latina e no Caribe, afetando aves de criação, aves migratórias, mamíferos marinhos e até animais de estimação. A propagação do vírus segue as rotas naturais das aves migratórias, conectando ecossistemas do Canadá até a Terra do Fogo.