O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou neste sábado (7) um novo foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma criação de subsistência no município de Campinápolis, em Mato Grosso. Este é o quarto caso registrado no Brasil, todos em aves domésticas e fora do sistema comercial de produção.
O Serviço Veterinário Oficial interditou a propriedade e iniciou, no domingo (8), as ações de controle previstas: erradicação do foco e vigilância em um raio de 10 quilômetros. O Mapa ressaltou que não há granjas comerciais na área, e que o episódio não altera a segurança sanitária da cadeia produtiva. O consumo de carne de frango e ovos no Brasil segue liberado e seguro, sem qualquer risco à saúde humana.
A confirmação ocorre em meio à continuidade das medidas internacionais após o registro anterior em um matrizeiro comercial no município de Montenegro (RS). Desde então, 21 países adotaram suspensão total das importações brasileiras de carne de frango, incluindo China, União Europeia e México. Outros 17 países e blocos aplicaram restrições regionais, restritas ao estado do Rio Grande do Sul ou ao município de Montenegro.
Mesmo com as limitações temporárias, os dados mais recentes mostram que o setor avícola tem conseguido preservar o ritmo de embarques. Em maio, o Brasil exportou 393,4 mil toneladas de carne de frango, volume 12,9% menor do que no mesmo mês de 2024. A receita foi de US$ 741,1 milhões, com queda de 9,5% no comparativo anual, segundo levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Para o presidente da entidade, Ricardo Santin, o desempenho indica capacidade de adaptação. “O impacto foi proporcionalmente menor do que se poderia imaginar, considerando o peso dos mercados que aplicaram restrições. Esse comportamento sugere que o redirecionamento de cargas está funcionando, o que tem mantido o fluxo dos embarques no mercado internacional”, explica.
Entre os mercados com retração em maio estão:
- China: 35,8 mil toneladas (-28%),
- África do Sul: 25,5 mil toneladas (-20,5%),
- México: 16,6 mil toneladas (-18,8%).
Já a União Europeia ampliou as compras em 46,2%, com 24,8 mil toneladas embarcadas no mês. “Mesmo com a autossuspensão aplicada no fim de maio, o ritmo anterior já era forte, o que explica esse crescimento”, aponta Santin.
No acumulado de janeiro a maio, o Brasil já exportou 2,256 milhões de toneladas de carne de frango, 4,8% a mais que no mesmo período de 2024. A receita chegou a US$ 4,234 bilhões, um crescimento de 10,18% frente ao ano passado.
O Mapa segue em articulação com os países importadores, prestando informações técnicas de forma transparente, com o objetivo de reverter gradualmente as suspensões. O ministério reforça que o status sanitário da avicultura comercial brasileira permanece preservado, com rigor nos protocolos de biossegurança.