O CEPEA, que é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ de Piracicaba, aqui no estado de São Paulo, divulgou no fechamento da semana passada o seu balanço a respeito do movimento no setor leiteiro brasileiros em junho, e o que saiu publicado no relatório distribuído na praça foi a confirmação do que já tava sendo esperado por todo o povo do mercado. O que aconteceu foi que, contrariando mais uma vez o roteiro costumeiro, o preço médio pago ao fazendeiro no mês passado, pelo produto entregue na usina em maio, ficou em R$ 2,74 o litro, com uma queda de 3,9% em relação a abril deste ano, e de 7,4% na comparação com o período correspondente de 2024, isso em termos reais, ou seja, já descontando a inflação oficial registrada neste espaço de tempo considerado.
A questão que tá sendo motivo de preocupação pros companheiros e companheiras pecuaristas brasileiros é que, pelo ponto em que a gente tá agora no calendário, o carretão deveria tá indo pro lado contrário, com alta, e não queda, da cotação, né. A explicação dos especialistas do CEPEA pra esta situação é que a produção continuou aumentando, por conta principalmente do aumento do investimento do produtor, pra aproveitar as boas margens de comercialização nos meses recentemente passados. O resultado foi que o volume de leite recebido e processado pelos laticínios brasileiros subiu de novo de abril pra maio, agora com uma alta de 1,1%. Já o custo de produção na fazenda registrou um tombo bem ligeiro de zero vírgula sete por cento, isso depois de ter subido por quatro meses seguidos, né.
Esta redução foi resultado de uma aliviação nos preços de alguns produtos usados na alimentação da vacada, como os grãos, que tavam na época da colheita. O problema é que, ao mesmo tempo, a população brasileira voltou a padecer de inapetência, e a conseqüência disso é que a indústria laticinista agora tá tendo de enfrentar uma forte pressão baixista, vinda da parte do setor atacadista, com o registro, aqui na praça paulista, de quedas nos preços do UHT, que é o leite de caixinha, da muçarela e do leite em pó. E como tudo que tá enrolado ainda poder ficar um pouco mais complicado, as importações de leite e derivados da própria indústria e dos distribuidores brasileiros voltaram a aumentar em maio, com um crescimento de 8,6%, pareando com abril, e de 18% na comparação o mês correspondente do ano passado.
