Até outro dia, o pessoal do mercado internacional do leite e derivados tava achando que era só uma brisa ligeira que não demoraria pra passar, mas agora já tá todo mundo vendo que o que tá acontecendo é mesmo uma forte ventania derrubadeira, que não tem prazo nem previsão pra acabar. Esta é a conclusão que se pode tirar dos resultados do primeiro leilão de julho na GDT, a Global Dairy Trade, que funciona como uma grande bolsa virtual de negociação e influencia o setor leiteiro no mundo inteiro. O caso foi que, no evento realizado nesta terça-feira, dia primeiro, o preço médio dos produtos comercializados, que já vinha demonstrando fraqueza, agora caiu com mais força, ficando em 4,274 mil dólares por tonelada, com uma queda de 4,1% em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
De acordo com os especialistas da cooperativa neozelandesa Fonterra, que é a organizadora das vendas da GDT, a parte principal da explicação pra esta situação atual é o extraordinário aumento na oferta de derivados neste leilão. Pois repare a amiga pecuarista que o volume registrado agora bateu em 25,705 mil toneladas, o que representou um espantoso crescimento de 69% na comparação com a derradeira edição do mês passado. Além disso, ninguém sabe direito o que vai acontecer com a demanda daqui pra frente, por causa das maluquices tarifárias do presidente dos Estados Unidos, aquele senhor de cabelo amarelo que se acha o rei do mundo, e também por conta da situação da economia da China, que é o maior importador de leite e derivados do mercado internacional.
Destrinchando o relatório distribuído na praça, neste último pregão o que chamou mais a atenção foi o leite em pó integral, justamente o produto mais negociado na GDT, que saiu por 3,859 mil dólares por tonelada, com um dolorido tombo de 5,1% em relação ao leilão passado. A única alta do dia foi da lactose, que subiu 4,1%, pra 4,274 mil dólares. Já a respeito do efeito disso aqui no nosso mercado caseiro, a previsão e de que essa derriçada geral não demore nada pra chegar no Uruguai e na Argentina, e o resultado certamente vai ser mais um substancioso aumento das importações do setor leiteiro brasileiro.