Depois de passar os últimos dois meses descendo a ribanceira em toada ligeira, o preço do leite e dos seus derivados no mercado internacional fez o devorteio neste meio de mês e aprumou outra vez. Esta é a conclusão a ser tirada dos resultados do segundo leilão de julho na plataforma GDT, a Global Dairy Trade, que, como já é da sabedência dos companheiros e companheiras produtores brasileiros, é uma grande plataforma eletrônica de negociação e serve de referência pro setor leiteiro no mundo inteiro. O caso foi que, neste evento realizado na terça-feira, dia 15, o valor médio dos produtos comercializados avançou pra U$ 4,380 por tonelada, com um aumento de 1,1% em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semana antes.
Já a oferta foi pro lado contrário e caiu, com o volume total de derivados apresentados pra venda ficando em 24,290 mil toneladas, ou 5,5% a menos do que no primeiro leilão do mês. Destrinchando então os números apresentados no relatório final do pessoal da cooperativa neozelandesa fonterra, a organizadora da GDT, o leite em pó integral, que é o produto negociado em maior quantidade na plataforma, fechou o dia no valor de U$ 3,928 por tonelada, com alta de 1,7%, isso depois de ter caído por quatro leilões seguidos. Já a maior queda foi do queijo cheddar, que saiu por U$ 4,589, levando um tombo de 5,6%, na comparação quinzenal.
Assim mesmo, de acordo com os analistas especialistas da GDT, o que aconteceu foi uma leve correção no rumo do carretão, mas a questão é que a produção tá aumentando na maioria dos grandes exportadores do setor e o mais certo é apostar que o caminho de morro abaixo vai ser retomado. De qualquer maneira, esta ligeira alta de agora não deve mudar quase nada pros distribuidores atacadistas e pra indústria laticinista aqui do Brasil, porque no Uruguai e na Argentina, que são os nossos principais fornecedores de leite e derivados, os preços ainda tão bastante interessantes, e isso quer dizer que a porteira do nosso mercado vai continuar escancarada pra entrada dos produtos importados. A alta do dólar em relação ao nosso real pode até diminuir um pouco esta animação, mas pelo menos por enquanto ainda não vai se suficiente pra fazer o vento mudar de lado.