As exportações brasileiras de carne bovina atingiram um novo recorde histórico em julho, justamente na véspera da entrada em vigor da nova tarifa imposta pelos Estados Unidos, que passou a valer no dia 6 de agosto. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), consolidados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o volume embarcado no mês passado chegou a 310,2 mil toneladas, alta de 15,3% em relação a junho e 4% acima do então recorde registrado em outubro de 2024.
A receita também foi a maior da série histórica, alcançando R$ 9,2 bilhões.
Os embarques para os EUA permaneceram praticamente estáveis, somando 18.235 toneladas em julho — um leve aumento de duas toneladas frente ao mês anterior. No entanto, a participação norte-americana nas exportações totais do Brasil caiu de 6,8% para 5,9%.
A China, por outro lado, ampliou ainda mais sua dominância. O país asiático respondeu por 51,1% do total exportado, ante 50% em junho. Em volume, isso representa um crescimento mensal de 14,8%, o equivalente a 23.952 toneladas a mais.
“Os dados confirmam que, diante da imposição da tarifa norte-americana, as indústrias exportadoras brasileiras atuaram de forma rápida e eficaz para diversificar destinos e redirecionar embarques, garantindo o desempenho positivo”, destacam pesquisadores do Cepea. “Além disso, parte da relação comercial com os Estados Unidos pode ser realocada para unidades produtivas brasileiras instaladas em países não atingidos pela tarifa de 50%.”
Ainda segundo o Cepea, outros mercados também aumentaram as compras em julho, reforçando a capacidade de reação do setor exportador nacional diante de turbulências no comércio internacional.
