Os companheiros e companheiras produtores de leite, que já tavam padecendo com o enfraquecimento do preço por conta do aumento da produção mesmo no período de estiagem e de queda na qualidade da pastagem, também vão ter de enfrentar de novo o fortalecimento da concorrência estrangeira aqui no nosso próprio terreiro. O caso acontecido e que aqui vai se contado foi que, no mês passado, as importações da indústria laticinista e dos distribuidores atacadistas brasileiros somaram o equivalente a 171,8 milhões de litros, o que representou um crescimento de 10,1% em relação a junho. Mas repare a amiga fazendeira que, quando a comparação é feita com o período correspondente de 2024, aí o resultado é uma forte queda de 30% no volume importado.
Assuntando agora o movimento na outra mão de direção desta mesma estrada, fique o companheiro produtor sabelizado de que as exportações do setor leiteiro brasileiro agora em julho até melhoraram alguma coisinha assim de quase nada, mas continuaram sendo praticamente insignificantes pro mercado internacional em geral. O total embarcado daqui lá pro estrangeiro chegou a 5,4 milhões de litros, com uma alta de 8% pareando com junho, mas com um forte tombo de 24,2%sobre julho do ano passado. Com isso, a distância estratosférica entre o que o que foi comprado lá fora e o que a indústria nacional conseguiu vender no exterior ficou em 166,4 milhões de litros, com um redução de 15,4 milhões de litros no saldo negativo desta conta, isso na comparação anual, né.
Esticando a vista pra diante daquela ponte, pra tentar enxergar o que tem lá no horizonte, os especialistas do portal Milkpoint tão chamando a atenção do companheiro pecuarista pro fato de que os preços do leite e dos seus derivados na praça mundial pararam de cair e tão querendo reagir, como é o caso do leite em pó integral, que já subiu no derradeiro leilão da GDT, a Global Dairy Trade, conforme até já foi falado aqui, né. Por outro lado, o mesmo produto vendido pela Argentina e pelo Uruguai, que são os principais fornecedores de laticínios do Brasil, continua sendo mais barato do que o nacional, e ainda deve cair mais porque naturalmente daqui pra frente a produção aumenta nestes nossos vizinhos de cerca. E pra completar a complicação, com o dólar relativamente baixo do jeito que ele tá, a porteira do nosso mercado tá de novo escancarada pra entrada da mercadoria estrangeira.
