O pessoal do CEPEA, que é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da ESALQ de Piracicaba, aqui no estado de São Paulo, tá fazendo uma comparação interessante, que é merecedora de mais prazo de prosa e pensamento dos companheiros e companheiras boiadeiros que fazem parte aqui da nossa audiência. O caso é que, pra quem disso ainda não tem sabedência, as nossas exportações de carne bovina tão crescendo numa toada bem mais ligeira do que a produção da pecuária brasileira. De acordo com a pesquisa a mais recente do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a respeito do abate de gado no país, na metade abrideira deste ano presente o volume total do produto entregue pelos frigoríficos ao mercado em geral registrou um aumento só de 122 mil toneladas na comparação com o período correspondente do ano passado.
Pois repare o amigo fazendeiro que, no mesmo espaço de tempo considerado, os embarques daqui pro estrangeiro tiveram um crescimento de 164,1 mil toneladas, o que representa 42,1 mil toneladas a mais, né. Enquanto isso, conforme ainda os dados levantados pelos técnicos do CEPEA, a parte da nossa produção destinada à exportação passou de 25,1% do total, no primeiro semestre do 2024, pra 28,4% agora no 2025. E se a gente passar estes números na peneira uma segunda vez, pra afinar mais a comparação, o que aconteceu foi que esta participação percentual passou de 27,4%, no primeiro trimestre do ano atual, pra 29,9% no segundo.
E já pedindo perdão pelo abuso da numerologia, outra informação de grande relevância e máxima importância apurada no mesmo estudo foi que os preços médios do boi gordo e também da carne no atacado, pegando o mercado paulista como referência, subiram 35% do ano passado pra cá. Pois então, o caso agora é de prestar muita atenção na evolução destes números, primeiramente porque, apesar da agressão tarifária dos Estados Unidos contra a pecuária brasileira, a exportação deve continuar subindo a ladeira em desabalada carreira. E outra questão é que, seguindo a determinação soberana da natureza e do mercado, com a virada do ciclo da pecuária, que já tá em andamento, a oferta de gado terminado e a produção de carne vão passar por um substancioso apertamento, e os próximos dois anos, pelo menos, devem ser de forte carestia de mercadoria.
