O vento frio que ainda tá subindo do baixio do rio pra cá, quando a passarada tá despertando a madrugada, tem a serventia de fazer todo dia a recordação de que ainda é inverno aqui no Brasil e, sendo assim, então ali na parte de cima do nosso planeta terra é tempo de verão e de fartura na produção, né. Pois a consequência disso foi que o clima teve forte influência no resultado do primeiro leilão de setembro da GDT, a Global Dairy Trade, que vem a ser uma grande plataforma digital de negociação que dá o rumo e a direção pro setor leiteiro praticamente no mundo inteiro. O caso que tem pra ser contado é que, no evento realizado nesta terça-feira passada, dia 2, o valor médio dos produtos apresentados pra venda ficou em US$ 4.043 por tonelada, com uma queda de 4,3% em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
Já o volume de derivados comercializados foi o maior desde o já muito distante novembro de 2018, chegando a 41,4 mil toneladas, o que representou um forte crescimento de 13,4% na comparação com o derradeiro leilão do mês passado. Repare o amigo fazendeiro brasileiro que, além da Nova Zelândia, que é o maior exportador do mundo e onde fica a sede da cooperativa fonterra, a organizadora da GDT, todos os principais países fornecedores do mercado internacional aumentaram a sua produção. Destrinchando então o relatório divulgado na praça, de todos os produtos ofertados agora o único que registrou uma melhora no preço foi o queijo cheddar, que fechou o dia no valor de US$ 4.709 por tonelada, com um aumento de 3,6%, fazendo sempre a mesma comparação, né.
Na outra mão de direção desta estrada, o leite em pó integral, que vem a ser o produto negociado em maior quantidade na plataforma mundial, levou um dolorido tombo de 5,3%, saindo por US$ 3.809 por tonelada. Já a respeito do efeito que esta situação deve ter aqui no mercado caseiro, o pessoal do portal Milkpoint faz primeiro a recordação de que a Argentina e o Uruguai, que são os nossos principais fornecedores de leite e derivados, também tão aumentando a sua produção, e o resultado lógico e esperado é a queda na cotação, né. Além disso, com o dólar perdendo força na paridade com o real, do jeito que ele tá agora, melhora o poder de competição dos produtos estrangeiros em geral aqui no nosso próprio terreiro, e isso significa o crescimento das importações das indústrias laticinistas e dos distribuidores atacadistas brasileiros.
