Confirmando que qualquer previsão sempre pode dar errado e não ser cumprida, o que tem pra ser contado a respeito da situação atual no mercado internacional do leite e dos seus derivados é que, depois de enfrentar uma descida traiçoeira, o carretão agora pegou um trecho de planura no estradão, e não despinguelou outra vez na descida. Esta é a conclusão a ser tirada do segundo leilão de setembro na GDT, a Global Dairy Trade, a nossa já conhecida plataforma digital de negociação mantida e administrada pela cooperativa fonterra, da Nova Zelândia, que serve de referência pro setor leiteiro no mundo inteiro, conforme já é da sabedência dos companheiros e companheiras produtores brasileiros. O caso foi que, na venda realizada nesta terça-feira recém passada, dia 16, o preço médio dos produtos negociados ficou em US$ 4.041 por tonelada, praticamente o mesmo valor do pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
Já o volume comercializado agora passou um pouquinho de 39,1 mil toneladas, o que representou uma redução de 5,7%, fazendo a mesma comparação. Aliás, repare a amiga pecuarista que esta variação não tava sendo esperada pelos especialistas do mercado, isso porque a maioria dos principais países produtores e exportadores de leite tá entrando agora no período de safra, e todo mundo tava acreditando em aumento, e não em esmagrecimento da produção. Destrinchando então o relatório divulgado pela organização do evento, o leite em pó integral, que é o derivado negociado em maior quantidade e pesa mais na média da GDT, fechou o dia valendo US$ 3.790 por tonelada, com uma redução bem ligeira de 0,8%, fazendo sempre a comparação com o último leilão, né.
Mas o tombo mais dolorido foi da muçarela, que caiu 9,6% e saiu por US$ 3.860. Já a única alta do dia foi do queijo tipo cheddar, que subiu 2,2%, pra US$ 4.814. Pensando agora na influência que esta situação pode ter aqui no nosso mercado caseiro, o pessoal do Portal Milkpoint é da opinião de que, com o vento batendo no eito assim deste jeito, o poder de concorrência dos produtos estrangeiros vai continuar do mesmo tamanho e, por conta disso, o interesse da indústria latinista e dos distribuidores atacadistas brasileiros na importação de leite e derivados não deve aumentar. De qualquer maneira, a recomendação é pra pisar leve não chão e prestar muita atenção na cotação do dólar em relação ao real e na evolução dos preços e da produção nacional.
