O que já tava desenhado de fato se confirmou e o Cepea, que é o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq de Piracicada, aqui no estado de São Paulo, anunciou nesta segunda-feira recém passada o que já era perfeitamente esperado por todo o povo do mercado. O caso acontecido foi que, na média nacional, neste setembro que agora tá sendo vencido o preço pago ao produtor de leite brasileiro, pelo produto entregue na indústria em agosto, ficou em R$2,53 por litro. Este foi o quinto mês seguido de queda na cotação, sendo que este valor registrado agora representou um tombo bastante dolorido de 3,2% em relação a julho do ano presente, e um forte despencamento de 12,6% na comparação com o período correspondente do ano passado.
A explicação pra esta consumição, conforme até já foi falado aqui mais do que uma vez, é a continuação do aumento da produção nas principais regiões leiteiras do país. Só de julho pra agosto, o volume entregue nas usinas subiu 3,3%, enquanto nos oito primeiros meses deste 2025 que tá em andamento o crescimento foi de 6,1%. Certamente que a companheira fazendeira deve ter recordação de que, no final do ano passado, o leite tava apresentando uma lucratividade bem satisfatória, e aí a turma se animou e voltou a investir na atividade, e o resultado foi que a vacada respondeu enchendo o tanque de resfriamento na propriedade, né. Pois o carretão continua nesta mesma direção porque, apesar do esmagrecimento da cotação, o custo de produção ainda tá favorecendo o lado do pecuarista.
De acordo com os especialistas do Cepea, em agosto o gasto pra pagar uma saca de 60 Kg de milho era o equivalente a 25,1 litros de leite, ou 3,8% a mais do que em julho, mas 5,5% a menos do que a média dos últimos 12 meses. O problema é que a demanda no comércio varejista não tá acompanhando o crescimento da oferta de matéria prima na plataforma da indústria laticinista, com o mês passado tendo registrado queda nos preços da muçarela e do leite em pó, e estabilidade pro uht, que é o leite de caixinha, né. E esticando agora a vista pra enxergar até ali no final do ano, o que dá pra ver é que o preço ao pecuarista não vai parar de cair, isso porque, com os investimentos já feitos e com a entrada do período de safra na maior parte do brasil, a produção também não vai parar de subir.
