Os companheiros e companheiras produtores brasileiros que nos dão a honra e a satisfação de escutar regularmente esta nossa falação aqui na televisão até já tavam esperando que o mercado internacional do leite e dos seus derivados fosse mesmo pegar esse trieiro, e agora isso já é fato confirmado. O que tem pra ser contado é que, depois de atravessar um trecho de planura, o carretão pegou de novo o rumo de descida no estradão nos leilões da GDT, que é a Global Dairy Trade, aquela plataforma eletrônica de negociação que serve de referência por setor no mundo inteiro. O caso foi que, neste último pregão, realizado na terça-feira passada, dia sete, o preço médio dos produtos comercializados ficou em US$3.921 por tonelada, o que representou uma queda de 1,6% em relação ao evento anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
A parte principal da explicação pra esta situação atual é que, na maioria dos países que são os grandes fornecedores de laticínios do mercado, a safra já tá entrada ou tá começando agora, e por conta disso não tá faltando mercadoria na praça. Tanto que o volume de produtos apresentados pra venda chegou a 42 mil toneladas, o que significou um substancioso crescimento de 7,5%, fazendo sempre a mesma comparação. Por conta desta relativa fartura, todos os derivados ofertados registraram quedas de preço, sendo que a maior delas foi da muçarela, que saiu por US$3.393 por tonelada, com um forte tombo de 11,8% só de um leilão pro outro. O leite em pó integral, que é o produto mais negociado na GDT, caiu 2,3%, pra US$3.696.
Firmando agora a vista pra ver bem o que tem no trecho a ser percorrido daqui até o final do ano presente, a previsão dos analistas da cooperativa neozelandesa Fonterra, que administra a GDT, é de estabilidade ou ligeira redução na cotação, mas de recuperação e alta só a partir da virada do calendário. Já a respeito de qual deve ser o efeito do resultado deste pregão mais recente aqui no nosso próprio terreiro, o pessoal do Portal Milkpoint tá fazendo a recordação de que na Argentina e no Uruguai, que são os fornecedores de praticamente 100% dos laticínios importados pelo Brasil, os preços andam de parelha com os da GDT e dos outros grandes produtores mundiais, né. Aí a amiga pecuarista nem precisa ser doutora especialista pra saber que isso significa que a porteira do mercado brasileiro vai continuar escancarada pra entrada de produtos estrangeiros, né.
