O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu nesta segunda-feira (20) que o etanol brasileiro não seja incluído nas negociações tarifárias com os Estados Unidos. A declaração foi feita durante a abertura da 25ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, realizada em São Paulo.
Segundo ele, o etanol é um ativo estratégico do país e não deve ser tratado como moeda de troca em acordos comerciais. O posicionamento ocorre em meio a disputas tarifárias entre os dois países envolvendo o biocombustível.
No mesmo evento, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou que pretende trabalhar para ampliar a mistura obrigatória de etanol na gasolina dos atuais 30% para 35%, medida que, segundo ele, poderia fortalecer o setor sucroenergético e aumentar a participação de energia renovável na matriz brasileira.
A conferência também marcou os 50 anos do ProÁlcool — programa criado em 1975, no governo de Ernesto Geisel, em meio à crise do petróleo. A iniciativa foi responsável por impulsionar a produção e o uso do etanol no país.
De acordo com Plinio Nastari, presidente da DATAGRO, o programa permitiu substituir cerca de 46% da gasolina consumida no Brasil e evitar a emissão de aproximadamente um bilhão de toneladas de CO₂ equivalente ao longo de cinco décadas.
O evento reuniu lideranças políticas e empresariais e homenageou engenheiros e empresários que participaram da criação do programa, entre eles Lamartine Navarro Júnior, Cícero Junqueira Franco e Salvador Lyra. A programação segue com painéis sobre transição energética e os desafios do setor para os próximos anos.
Colaboração: Datagro e Band Jornalismo
