Por conta da conjuminância de tantos assuntos de relevância e de grande importância, a gente ainda não tinha tido tempo de comentar aqui com os companheiros e companheiras produtores brasileiros o caso que foi acontecido no segundo leilão de outubro na plataforma GDT, a Global Dairy Trade, que, conforme é da sabedência geral, serve de referência pra todo o mercado internacional. Pois então, pra não deixar ninguém sem esta informação, o resultado deste evento, realizado na terça-feira da semana passada, dia 21, foi que o preço médio do leite e dos derivados negociados ficou em US$ 3.881 por tonelada, com o índice geral registrando uma queda de 1,4% em relação ao último pregão, promovido duas semanas antes.
Mas repare a amiga pecuarista que, até contrariando o que tava sendo esperado pelos especialistas, o volume de produtos apresentados pra venda agora ficou em 40,6 mil toneladas, o que representou uma queda de 3,3%, fazendo a mesma comparação. O motivo do estranhamento, como a gente já falou aqui mais do que uma vez, é que neste momento os principais países fornecedores do setor tão em plena safra, e a hora agora é, ou pelo menos deveria ser, de fartura de mercadoria, né. Fazendo então o destrichamento do relatório, desta vez todos os produtos apresentados pra venda tiveram queda de preço, sendo que a maior foi da muçarela, que fechou o dia em US$ 3.230 por tonelada, com um tombo bem dolorido de 5,3% em relação ao evento anterior.
O leite em pó integral, que é o derivado mais negociado na GDT, saiu por US$ 3.610, com uma queda de 2,4%, fazendo a mesma comparação. Já a respeito do significado deste resultado aqui pro nosso mercado caseiro, o pessoal do portal Milkpoint tá repetindo a explicação dada no leilão passado, fazendo a recordação de que o atual enfraquecimento das cotações também chega na Argentina e no Uruguai, que são os fornecedores de praticamente 100% das importações da indústria laticinista e dos distribuidores atacadistas brasileiros, né. A lógica então seria esperar um aumento das compras externas, mas justamente agora a produção nacional tá crescendo e o preço interno tá caindo, e o caso vai ser de esperar pra ver qual destes dois pratos da balança vai pesar mais, pra gente poder saber de que lado o vento vai bater daqui pra frente.
