Depois do susto que o produtor brasileiro levou em julho, por causa de mais um grande aumento nas importações, em agosto o carretão andou pro lado contrário e trouxe uma pequena aliviação pro coração dos companheiros e companheiras fazendeiros que ganham a vida na lida de criar bezerra e ordenhar vaca leiteira. O que tem pra ser contado é que, de acordo com o balanço divulgado na última sexta-feira pela Secex, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, no mês passado os produtos derivados comprados no estrangeiro somaram o equivalente a 182,7 milhões de litros. Este volume representou uma substanciosa redução de 25,1% em relação a julho, mas o resultado nem merece ser comemorado porque ele é só uma volta à situação enganosa em que o mercado já tava antes.
Já na outra mão de direção desta mesma estrada, repare o amigo pecuarista que as exportações da indústria laticinista brasileira, que já andavam raquíticas e desmilinguidas, esmagreceram mais ainda, ficando em 4,1 milhões de litros, com um forte tombo de nada menos que 57%, fazendo sempre a comparação mensal, né. Aí, juntando uma coisa com a outra e subtraindo o que foi exportado do total importado, o buraco nesta conta até apresentou uma diminuição de 56 milhões de litros, mas ainda continuou gigantesco, com um saldo negativo de 199 milhões de litros. Passando então pra parte da explicação pra esta situação, segundo o pessoal do portal Milkpoint a primeira questão a ser levada em consideração é a recente alta nos preços do leite e dos seus derivados no mercado internacional.
O caso é que esta arribada mundial tá levando junto, no rumo de morro acima, as cotações no Uruguai e na Argentina, que são os fornecedores de praticamente 100% das importações do setor leiteiro brasileiro, conforme já é da sabedência geral, né. Juntando isso com a disparada do dólar em relação ao real, o resultado lógico é o apertamento das margens de negociação de quem compra lá fora pra revender aqui, né. Mas mesmo assim, alguns produtos, como o leite em pó integral e a muçarela, ainda tão custando menos ali na vizinhança, e especialmente nestes casos a importação não deve continuar caindo substanciosamente como aconteceu no mês passado. Pois então, a conclusão é de que o jeito é ficar preparado porque não vai ser tão já que os fabricantes estrangeiros vão parar de mandar no nosso mercado e de deitar e rolar no nosso terreiro.