O companheiro produtor brasileiro que tá pondo no jipe malas e tralhas pra sair no trecho campeando um remanso de rio pra pescar e tirar uns dias de descanso, faça o favor de demorar só mais um instante antes de seguir adiante, pra viajar já sabelizado do caso que foi passado no derradeiro leilão da plataforma GDT, a Global Dairy Trade, que serve de sinalização pro mercado de leite e derivados no mundo inteiro. Pois então, o que tem pra ser contado é que, nesta ultima rodada de vendas, realizada na terça-feira da semana passada, dia 17, o preço médio dos produtos negociados ficou em US$4.148 por tonelada, e repare a amiga fazendeira que este valor registrado agora representou uma redução de 2,8% em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.
O volume comercializado também andou nesta mesma direção de morro abaixo, somando 32.120 toneladas, com um tombo um pouco mais substancioso de 4,5%, fazendo sempre a mesma comparação, né. Destrinchando então o relatório distribuído na praça pelo pessoal da Cooperativa Fonterra, da Nova Zelândia, que é a organizadora destes eventos, da lista de produtos apresentados pra venda, desta vez todos eles registram queda. O leite em pó integral, que é o derivado negociado em maiores quantidades na GDT, escorregou pra US$3.890 por tonelada, ou 2,9% a menos do que no começo do mês. Já o leite em pó desnatado fechou o dia valendo US$2.757, com desvalorização também de 2,9%.
A parte principal da explicação pro devorteio feito pelo carretão, que tava embicado na subida do estradão, é a mudança no comportamento da China, que, sendo o maior importador de laticínios do mundo, faz o mercado internacional pender prum lado ou pro outro conforme aumenta ou diminui o seu apetite comprador. Já a respeito de como esta situação pode influenciar o andamento da negociação aqui no nosso próprio terreiro, o pessoal do portal Milkpoint tá dizendo que, como a gente compra praticamente só da Argentina e do Uruguai, a redução dos preços dos outros fornecedores deve diminuir a disputa pelos produtos aqui dos nossos vizinhos de cerca. Logicamente que, se isso for mesmo confirmado, o resultado lógico e esperado deve ser um novo aumento nas importações das indústrias laticinistas e dos distribuidores atacadistas brasileiros.