Os companheiros e companheiras boiadeiros que têm o bom costume de assuntar com frequência esta nossa falação novidadeira aqui na televisão têm bem sabedência de que a exportação de gado vivo voltou a aumentar com sustância e substância depois de ter caído durante a pandemia, e tem sido a garantia de um bom dinheiro na algibeira do fazendeiro brasileiro, né. Mas pra desilusão e preocupação de quem investiu tempo e trabalho pra ser fornecedor deste mercado, o caso que tem pra ser contado é que o vento tá querendo mudar de lado e os embarques daqui lá pra fora agora tão caindo. De acordo com o último balanço divulgado pela Secex, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, neste mês de agosto recentemente passado a boiada que foi despachada pro estrangeiro somou um total de 83.100 animais.
Pois repare a amiga fazendeira que, em relação ao período correspondente de 2024, esta quantidade representou um forte esmagrecimento de 33,7%. Este despencamento geral aconteceu porque todos os principais importadores de boi em pé do Brasil diminuíram suas encomendas, sendo que a Turquia, que assim mesmo continua sendo o nosso melhor freguês na praça, reduziu suas compras em 4,4%, o Egito, em 79,4%, e o Iraque, em 59,6%. O único país que aumentou as suas importações foi o Marrocos, com um espantoso crescimento percentual de 414,8%, mas isso é só porque no ano passado a gente não vendeu quase nada de gado vivo pra eles, né.
Já o faturamento dos exportadores foi de US$89,2 milhões, com um dolorido tombo de 15%, fazendo sempre a mesma comparação. De qualquer maneira, na conta do ano inteiro o brasil já vendeu 624.100 cabeças de gado, ou 16,5% amais pareando com os oito primeiros meses de 2024. Pois então, pelo andar do carretão a previsão da principal associação de exportadores, de um 1,1 milhão de cabeças exportadas este ano, não vai ser cumprida, mas o número final ainda vai ser bom pro setor. Tomara mesmo, porque o interesse do comprador estrangeiro é um excelente negócio pra pecuária brasileira, e não custa fazer a recordação de que aqui no nosso país o comércio é livre, e quem oferecer o melhor preço leva a mercadoria. E ainda bem que é assim, né.
