2025 ainda não chegou ao fim, mas estamos nos meses derradeiros deste que está sendo um importante e desafiador ano para pecuária brasileira, principalmente no que diz respeito às exportações. Segundo relatório divulgado pela consultoria Stone-X, o Brasil caminha para bater o recorde nos embarques e superar os 2,5 milhões de toneladas exportadas em 2024. Existia a incerteza sobre o volume não ser tão expressivo quanto ao do último ano devido as injustificáveis tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos aos nossos produtos. A carga tributária sobre a carne bovina brasileira saltou de 26,4% para 76,4%, o que impactou negativamente a competitividade do produto nacional em relação a países como a Austrália por exemplo.
De agosto pra cá, quando começaram a valer as novas tarifas, outros países continuaram comprando muito a carne brasileira, como é o caso da Rússia, Chile, Filipinas, Indonésia, União Europeia e algumas nações do Oriente Médio, ajudando o Brasil a se manter forte no setor exportador. Isso, claro, sem falar da China, que segue como o nosso maior cliente, sendo responsável por cerca de 60% de tudo o que Brasil envia ao exterior. E, já que eu comecei a falar de um país asiático, vale aqui citar a Indonésia, que aumentou em seis vezes as compras da proteína brasileira na comparação com o ano passado. Só em agosto, pra ter uma ideia, enviamos pra lá 268 mil toneladas.
Ainda assim, mesmo após toda essa impensada decisão do presidente norte-americano, os Estados Unidos continuam como o maior destino da carne bovina brasileira no acumulado deste ano. Isso porque, querendo ou não, o rebanho estadunidense não vive a sua melhor fase e, atualmente, não é suficiente pra abastecer a demanda interna. Ou seja, pra alimentar o próprio povo, é preciso comprar de algum lugar e, por motivos cambiais, o dólar é mais valorizado que o real e pra eles vale muito mais a pena comprar da gente. Vamos ver por quanto tempo isso vai durar. Por enquanto, a verdade é uma só: o setor exportador de carne bovina brasileira continua fechando com números positivos e a tendência é que um novo recorde deve se confirmar.
