Não foi do jeito que os companheiros e companheiras produtores queriam e gostariam, e a notícia nem vai ser motivo de festa e alegria, mas o caso que foi acontecido e aqui vai ser contado é que as importações de leite e derivados registraram uma substanciosa redução agora em novembro. De acordo com a SECEX, que é a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, no mês recém terminado as indústrias laticinistas e os distribuidores atacadistas brasileiros compraram no estrangeiro o equivalente a 177,2 milhões de litros, ou 13% a menos do que no período correspondente do ano passado. E repare o amigo pecuarista que esta queda foi puxada justamente pelo leite em pó integral, o produto importado em maiores quantidades, com um forte esmagrecimento de 30%, na mesma comparação.
Já em relação a outubro do ano corrente, o recuo foi um pouco maior, de 15%, enquanto no total acumulado de janeiro até agora o volume importado diminuiu 5%, pareando com os mesmos meses do vinte e cinco. O problema é que o motivo deste devorteio feito pelo carretão no eito não foi uma sonhada melhora da situação pro lado fazendeiro brasileiro, mas justamente o contrário. O que aconteceu foi que, com o despencamento do preço do leite aqui no nosso próprio terreiro, por causa do forte aumento da produção local, o nosso produto agora tá mais barato do que o importado e pro dono do laticínio tá compensando mais comprar aqui do que ir buscar lá fora. Por outro lado, as exportações do setor apresentaram um crescimento até razoável, mas continuaram sendo praticamente insignificantes na praça internacional.
As vendas da nossa indústria somaram 4,9 milhões de litros, 10% a mais do que em outubro e 2% acima do que tinha sido registrado em novembro do ano passado. Esticando agora a vista pra enxergar o que tem logo ali na frente, na previsão dos especialistas menos pessimistas, antes de fevereiro a corda no pescoço do fazendeiro brasileiro não vai desapertar. Mas a questão é que a oferta de leite e derivados nos principais produtores mundiais também não vai diminuir assim tão já, né, e isso quer dizer que a diferença entre o nosso preço e o dos fornecedores estrangeiros vai continuar pequena. Aí, se a cotação deles cair um mais pouco, ou se a nossa reagir e subir, ou se as duas coisas acontecerem ao mesmo tempo, o resultado lógico e esperado é que o nosso mercado volte a ser inundado com produto importado.
