Os companheiros e companheiras boiadeiros decerto que têm bem recordação de que, até o ano de 2021, o Brasil tava avançando mais ligeiro do que o cavalo rei dos parelheiros na exportação de boi em pé, mas aí veio aquela tragédia da pandemia da Covid e o mundo inteiro ficou completamente desconjuntado por conta desta imensa consumição, incluindo logicamente este mercado, né. Pois o pessoal da Scot Consultoria acaba de tirar do forno um estudo a respeito do que aconteceu neste eito de lá pra cá, e o resultado deixou perfeitamente demonstrado que o setor tá passando por uma forte recuperação. Pois então, o caso foi que, no pior ano da Covid, os fazendeiros brasileiros embarcaram só 62 mil animais, o menor volume exportado desde que o país passou a ter algum significado no comércio internacional de gado vivo.
Mas apesar da grandeza extraordinária das dificuldades no enfrentamento da situação e do sofrimento inédito de toda a humanidade, não demorou quase nada pra situação começar a mudar, com a retomada dos embarques já no ano seguinte. O caso foi que em 2022 foram despachados pro estrangeiro 194,8 mil animais, ou mais do que três vezes o total do período anterior, com faturamento de US$191,74 milhões de dólares. Mas foi no 2023 que a negociação reengrenou de vez e o carretão ganhou impulso e força pra desembestar na subida do estradão, com a quantidade exportada pulando pra 582 mil cabeças, o que representou um espantoso crescimento anual de nada menos que 298,9%.
O significado destes números é que no ano passado o comércio mundial de boi em pé já tinha praticamente voltado ao normal, sendo que, agora no 2024, as exportações brasileiras continuam subindo a ribanceira em desabalada carreira. Contando só até maio, já tinham sido mandados lá pra fora 219 mil animais, ou 28,7% a mais do que nos mesmos meses de 2023, enquanto o dinheiro apurado pelos vendedores somou US$178,6 milhões, com um aumento de 40,3%, na mesma comparação. E tomara que o carretão continue nesta direção, porque o nosso gado é excelente e o fazendeiro brasileiro é extremamente competente, e quem trabalha direito merece mesmo ganhar dinheiro pela alta qualidade da sua produção.