Autor: Sidnei Maschio
O IMEA, que é o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, tirou recentemente do forno um estudo muito interessante, medindo de um jeito diferente o tamanho do tombo no preço que a China paga pela nossa carne bovina, e revelando também a melhora do valor negociado com outros mercados. Pois então, em 2022 o dinheiro arrecadado pelos frigoríficos do estado na venda de uma tonelada do produto lá pro gigante do oriente distante dava pra comprar 91,7 arrobas de boi gordo, falando sempre da praça mato-grossense, né. Conforme a companheira fazendeira tem bem sabedência, naquela época o país asiatico ainda tava se recuperando das consequências da epidemia de peste suína africana, que provocou lá uma grave crise de desabastecimento de carnes em geral.
Aí o tempo andou, o mundo girou e a situação também mudou. Considerando a média registrada na metade abrideira de 2024, a conta despencou pra 80,4 arrobas de boi compradas pra uma tonelada de carne exportada. Pegando agora os dados divulgados pela Secex, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, no junho passado os importadores chineses pagaram pela mercadoria brasileira em geral a mixaria de US$4.399 por tonelada, o que vem a ser o menor preço desde setembro de 2020. Mas repare o amigo pecuarista que, em compensação, o carretão pegou a direção contrária na negociação com outros países que antes compravam pouco ou quase nada e agora passaram a ter grande importância na lista da nossa freguesia internacional.
O principal exemplo desta mudança de posição foi o caso acontecido com os Emirados Árabes Unidos. Segundo o IMEA, lá no 2022 a mesma relação era de 65,2 dois arrobas de boi compradas pra cada tonelada despachada pro país do médio oriente. Já no primeiro semestre deste ano presente, a correspondência deu um salto extraordinário e passou pra 88,3 arrobas por tonelada, com um substancioso aumento de 35,5%. Por outro lado, a participação dos emirados nas exportações de carne de mato grosso, que na primeira metade do ano passado era de 3,8%, agora tá em 14,3%, enquanto a da China diminuiu de 53,7%, pra 41,8%, no mesmo período considerado.