Autor: Sidnei Maschio
O pessoal da Consultoria Agrifatto divulgou no fechamento da semana passada o resultado de um levantamento parcial do abate de gado no Brasil, e os números apresentados tiveram a serventia de confirmar, entre outras situações, que o vento tá mesmo mudando de lado no nosso mercado pecuário nacional. Pois então, fique a companheira boiadeira já devidamente sabelizada de que, neste último junho recentemente vencido, o total de animais abatidos em frigoríficos com selo do SIF, que é o Serviço de Inspeção Federal, diminuiu pelo segundo mês seguido, ficando em pouco mais de 2,9 milhões cabeças, o que representou uma redução de 6,4% em relação a maio do ano presente. Já na comparação com o período correspondente do ano passado, o que aconteceu foi o contrário, com um crescimento de 6,2%.
A respeito da participação das fêmeas neste resultado, o que tem pra ser contado é que, neste espaço de tempo considerado, foram pro gancho no país inteiro 860 mil cabeças, e do mesmo jeito esta foi a segunda vez que o volume caiu, com um o tombo de 8,6% sobre o mês anterior. Mas pareando com o junho do 2023, aí o caso anda foi de um aumento de 5,2%. Pois repare agora o amigo fazendeiro que, considerando o total de animais entregues na indústria, este foi o menor percentual de vacas e novilhas desde o começo do ano atual, com 37,5%, ou 1% a menos do que tinha sido em maio passado. Logicamente que, conforme é do conhecimento o geral, este esmagrecimento na oferta de fêmeas é sempre normal e perfeitamente esperado na metade fechadeira de todo ano, né.
Mas especialmente neste meado de 2024 em que a gente tá agora esta situação tem outra significância que é da maior importância pro perfeito entendimento do rumo que o carretão vai pegar no eito daqui frente. A questão é que, além da diminuição natural do descarte de vacas criadeiras nestas alturas do calendário pecuário brasileiro, esta situação atual já é resultado do aumento do interesse na cria por parte do fazendeiro, e isso é um sinal claro da mudança de ciclo, com o fim de um período de baixa e o começo de outro de alta no valor da arroba. De qualquer maneira, o vento ainda vai demorar pra mudar completamente de lado, até porque este tá sendo o ano de maior abate de animais na história da pecuária brasileira. Segundo a Agrifatto, de janeiro a junho foram 14,1 milhões de cabeças, ou 19,5% a mais do que nos mesmos meses do ano passado.