O 2024 recentemente terminado foi o melhor ano da nossa história em vários setores do mercado pecuário, incluindo, entre os que tiveram um desempenho extraordinário, a produção de carne bovina, né. O balanço final a respeito do resultado do país inteiro ainda não foi fechado pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mas enquanto a gente espera, os companheiros e companheiras boiadeiros tão convidados a apreciar os números apresentados por Mato Grosso, que sendo o dono do maior rebanho do Brasil, conforme já é da sabedência geral, serve bem de referência nacional neste terreiro. De acordo com o Imea, que é o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, no ano passado foram abatidos pouco mais de 7,35 milhões de animais, o maior volume já registrado pelos frigoríficos do estado.
Em relação a 2023, o caso foi de um substancioso aumento de 19,3%. Destrinchando agora o relatório distribuído na praça, a quantidade de machos entregues na indústria avançou pra 3,89 milhões de animais, o que representou um engordamento também bastante expressivo de 15,8%, fazendo sempre a mesma comparação, né. Mas preste bem atenção o amigo pecuarista na participação das fêmeas no total de animais recebidos pela indústria, que foi de 47,14, a maior desde o já muito distante ano de 2006. Nos doze meses considerados, foram pro gancho 3,47 milhões de cabeças desta categoria, com um forte crescimento de 23,6%, pareando mais uma vez com o ano retrasado.
Mas o interessante foi que, apartando o mês de dezembro, o que aconteceu foi que o abate de vacas e novilhas continuou aumentando sim, mas agora numa toada muito mais acanhada, com um percentual raquítico e desmilinguido só de 0,8%, isso em relação a novembro do ano passado mesmo. Pois então, nem seria carecido de dizer isso aqui, porque todo mundo que lida com gado já sabe perfeitamente que é a vaca quem manda no mercado, né, mas o fato é que esta situação é uma clara indicação de que tá ficando mais interessante pro fazendeiro segurar as fêmeas na propriedade, e a finalidade só pode ser voltar a investir na cria. Se isso for verdade, e é muito difícil que não seja, a gente já tá bem perto de comprovar que o ciclo de baixa da nossa atividade já terminou e que a pecuária brasileira já pegou o rumo de subida na ribanceira.