Conforme a gente tem falado aqui com frequência e o caso já é da sabedência dos companheiros e companheiras pecuaristas que nos dão a honra de ter a sua audiência, as exportações de carne do brasil pros Estados Unidos tão sendo motivo de grandes preocupações, por razões diferentes, tanto aqui quanto lá no gigante nortista. Fazendo uma recordação ligeira, no ano passado eles ficaram em segundo lugar na lista dos nossos maiores fregueses no mercado internacional, tendo comprado, de acordo com a Abrafrigo, a Associação Brasileira de Frigoríficos, um total de 532,6 mil toneladas, isso considerando o produto in natura, o congelado, o industrializado e os miúdos, o que representou um fortíssimo crescimento de 49,1% em relação ao que tinha sido registrado em 2023.
E agora no 2025 recém começado, os importadores estadunidenses levaram só três semanas pra arrematar toda a cota anual que a gente pode vender pra lá sem pagar imposto pra entrar, que é de míseras 65 mil toneladas. Pois repare agora o amigo boiadeiro que este mesmo crescimento espantoso também tá acontecendo com os embarques da Austrália e do Uruguai, e logicamente que isso tá deixando os pecuaristas lá da norte américa apavorados e também furiosos com esta situação atual. E até que demorou, mas agora eles resolveram partir pra briga e, aproveitando que o novo presidente do país, aquele senhor do cabelo amarelado, é protecionista juramentado, já tão saindo da toca pra exigir, com a máxima urgência, providências pra fechar a porteira do mercado local pra carne brasileira e dos outros fornecedores em geral.
Esta semana, a R-Calf USA, que é uma grande associação de fazendeiros, divulgou um relatório dizendo que a cadeia da carne bovina tá sendo destruída pelo produto estrangeiro, que a taxa de importação tem de ser fortemente aumentada e que as compras externas têm de ser de limitadas. E arrematam dizendo que proteger a produção local é fundamental pra garantir o abastecimento. Na verdade, o que eles querem proteger com esta mentira deslavada é o próprio bolso, porque hoje os estados unidos têm o menor rebanho bovino da história, que não é suficiente pra atender à demanda interna. Aí, sem importação o resultado vai ser um forte encarecimento da carne, e quem vai pagar o pato é o povo, que vai ter de trocar o hambúrguer pelo ovo. Mas se a população norte-americana aceita comer muito menos e pagar muito mais, pra que os seus fazendeiros possam ganhar mais dinheiro, o que é que se pode fazer, né?