Ainda é muito cedo pra soltar rojão e fazer comemoração, mas agora já é certo que tá cada vez mais perto o dia em que a carne bovina brasileira vai finalmente abrir a porteira do fabuloso mercado do Japão. O que tem pra ser contado é que, na semana passada, uma comitiva formada por funcionários graduados do Ministério da Agricultura e por representantes do setor privado, incluindo a Abiec, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de carne, esteve lá no país do sol nascente em visita oficial, pra discutir, entre outros assuntos, os pontos que tão faltando resolver pra gente poder começar a exportar pra lá. A principal barreira que ainda impede o começo dos embarques é a exigência deles do certificado internacional de área livre de aftosa sem vacinação, mas isso o Brasil deve conseguir agora em maio, na próxima assembleia da OMSA, a Organização Mundial da Saúde Animal.
Um sinal importante de que o povo lá já tá dando esta questão da aftosa como resolvida é que, nas reuniões feitas agora, a conversa já foi a respeito das coisas práticas, como a idade máxima de abate do gado e padrões de qualidade e de sanidade do produto. Além disso, os funcionários e empresários brasileiros também cumpriram um roteiro de visitas a grandes supermercados e empresas importadoras da carne japonesas, pra adquirir conhecimento do sistema de trabalho deles. Claro que, pra não contrariar os procedimentos diplomáticos e os manuais de relações comerciais internacionais, nenhum dos dois lados antecipou o que já tá combinado, mas o governo brasileiro divulgou um comunicado dizendo que a promessa é de entregar resultados concretos durante a visita oficial que o senhor presidente da República vai fazer ao país oriental no final de março.
O Japão sempre foi extremamente exigente em relação à qualidade e à segurança dos alimentos importados, especialmente no caso da carne bovina, mas paga muito bem por isso. Conforme um estudo feito pela consultoria HN Agro, com dados do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o país é hoje o terceiro maior importador mundial do produto, tendo comprado no ano passado 725 mil toneladas, sendo seus principais fornecedores os Estados Unidos e a Austrália. Mas o gigante nortista tá enfrentando uma forte redução do seu rebanho, e com o esmagrecimento da produção o seu preço subiu pra alturas estratosféricas. Pois então, o comprador do Japão agora tá olhando com outros olhos pra carne brasileira, e o caso então é de já ficar preparado pra fazer o atendimento, porque pelo jeito a abertura da porteira não demora.