Seja na padaria da esquina ou na conchinchina, os mercados em geral, de todos os tipos de mercadoria, sempre funcionam da mesma maneira, tendo certa parecência até com uma estrada de serra que, como os companheiros e companheiras fazendeiros têm bem sabedência, depois de uma puxada na subida da ribanceira, logo vem uma descida amansadeira pra não deixar o carretão perder o prumo, né. Pois então, a gente tá fazendo esta comparação pra contar que, depois de ter vencido um longo trecho no rumo de morro acima, o mercado internacional do leite e derivados fez o devorteio e embicou outra vez na direção de ladeira abaixo. O caso foi que, no segundo leilão de fevereiro na plataforma GDT, a Global Dairy Trade, realizado na última terça-feira, 18, o preço médio dos produtos negociados voltou pra US$4.370 por tonelada.
Pareando com o pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes, este valor representou uma queda de 0,6%. Repare agora o amigo produtor brasileiro que o preço caiu mesmo com um novo apertamento na oferta, que ficou em 22,65 mil toneladas. Da lista de derivados oferecidos, o único que teve alta foi da manteiga, que saiu por US$7.378 por tonelada, com 2,2% de aumento. Já a maior desvalorização foi do queijo cheddar, com um despencamento de3,4%, pra US$4.862. O leite em pó integral, que é o produto negociado em maiores quantidades na GDT, teve uma redução de 0,2%, pra US$4.153.
Gastando agora prazo de prosa e pensamento pra adquirir melhor entendimento dos motivos deste comportamento do mercado, a explicação dos especialistas pro recuo é que as cotações tinham subido muito, e a necessidade foi de fazer uma correção, pra não deixar o preço se apartar da realidade. Já a respeito do efeito que o resultado deste leilão deve ter aqui no nosso eito, o pessoal do Portal Milkpoint tá dizendo que ele não muda quase nada em relação à situação atual. Conforme é do conhecimento geral, praticamente tudo o que a gente compra lá de fora vem da Argentina e do Uruguai, e o caso é que, pra eles, ainda é muito vantajoso exportar pra outros países de fora do Mercosul, e isso quer dizer que, pra indústria laticinista e pros distribuidores atacadistas brasileiros, vai ficar mais difícil continuar inundando o nosso mercado com produtos importados.