Conhecido como o maior leilão de gado comercial do mundo voltou à Água Boa (MT), no sábado (26), após uma pausa. Na entrada do recinto, no Vale do Araguaia mato-grossense, um túnel do tempo reunia fotos, lembranças e marcos de um evento que mudou a forma de comercializar gado de corte no Brasil. O Mega Leilão, promovido pela Estância Bahia, já bateu recordes globais com mais de 41 mil animais vendidos em recinto.
“Em nenhum momento, ao longo dessa caminhada, deixamos de honrar a Deus, à família, aos amigos e a todos que acreditaram no nosso trabalho”, afirmou Mauricio Tonhá, diretor presidente da Estância Bahia e idealizador do projeto.
Entre os que cresceram acompanhando o evento está Heitor Jacintho, que sempre teve o sonho de participar desse remate. O pecuarista chegou a vender sorvete, para iniciar na atividade. O sonho virou realidade e voltou à edição histórica como pecuarista – ofertando animais. “Colocar um lote no Mega Leilão é um diferencial. Não é para qualquer um. A qualidade tem que estar no padrão da Estância Bahia. É uma vitrine”, disse.
A vitrine evoluiu com o tempo. Hoje, os animais não ficam mais no recinto: são filmados nas propriedades e apresentados em grandes telões. Mas a competitividade permanece.
Os números impressionam. Foram comercializados 15.609 machos e 12.898 fêmeas, divididos em 192 lotes de Nelore e cruzamento industrial. A média do quilo vivo para bezerros chegou R$ 14,29; já os garrotes atingiram R$ 12,88, enquanto as Bezerras foram negociadas a R$ 11,70, e as novilhas, a R$ 11,08.
O evento também acompanha o crescimento da pecuária mato-grossense. De acordo com o IBGE, em 1999, o rebanho estadual era de 18,9 milhões de cabeças. Atualmente, ultrapassa 34 milhões.
“Temos gente capaz de produzir com excelência. A pecuária precisa ser tecnificada, e quando todos estiverem nessa mesma sintonia, o Brasil vai ampliar muito a sua produção”, destaca Guilherme Tonhá, diretor da Estância Bahia Leilões.
O Mega Leilão não apenas comercializa animais — ele celebra histórias, conecta gerações e valoriza a pecuária moderna que respeita a tradição.