Pecuária

Abertura de mercado da Coreia do Sul está cada vez mais perto

Missão coreana conclui visita técnica ao sul do Brasil

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Sidnei Maschio

21/11/2023 18:40

Brasil e Coreia do Sul

Pecuária

Terminou na terça-feira da semana passada (14) a visita inspecionadeira feita por uma comitiva formada por veterinários da Coreia do Sul, que andou correndo chão no sertão dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O motivo da viagem, de acordo com um comunicado oficial do Ministério da Agricultura, foi conhecer o sistema de criação, abate e controle sanitário do nosso gado, pra levantar informações que serão usadas pra aprovar, ou não, a liberação da exportação da nossa carne bovina pro riquíssimo e altamente exigente mercado do país asiático. Aleluia, aleluia, aleluia e a louvação repetida é merecida porque este é um sonho de muitos anos dos pecuaristas e frigoríficos brasileiros, não só pelo dinheiro que a gente pode ganhar, mas pelo quanto isso pode render em termos de reconhecimento da qualidade e da segurança do nosso produto.


Conforme é do conhecimento geral, a Coreia do Sul é um dos principais importadores de carne bovina do mundo. Pelo dado oficial mais recente que a gente conseguiu apurar, mandado pela embaixada do Brasil lá no país oriental, no ano passado, só até setembro, juntando carne in natura e congelada, eles tinham gastado mais de US$ 2,6 bilhões neste mercado. A questão, que também é da sabedência dos companheiros e companheiras fazendeiros, é que eles só aceitam comprar de regiões com reconhecimento internacional como livres de aftosa sem vacinação, e por conta desta exigência até hoje o Brasil não exporta pra lá nem meio quilo de carne bovina. Por outro lado, desde 2018 a autoridade sanitária sul-coreana aceita a carne suína de Santa Catarina, e isso é um sinal de que a gente pode conseguir abrir também esta outra porteira, né.


Além disso, Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso também já conseguiram a mesma classificação em relação à febre desgracenta, e estariam em condição de começar a exportação. E pra completar esta concertação, os Estados Unidos, que em 2022 venderam 58% de toda a carne bovina importada pela Coreia do Sul, no ano que vem devem reduzir seus embarques gerais em pelo menos 86 mil toneladas, e a Austrália, que é o outro grande fornecedor, não vai dar conta de completar o que vai faltar. Juntando a fome com a vontade de comer, no céu as nuvens já tão se conjuminando e o vento já batendo do lado certo, de modo então que a gente já pode acreditar sim que a abertura do mercado sul coreano tá ficando cada vez mais perto.

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