Pecuária

Área de produtor no Pará é referência em pecuária sustentável

A propriedade é uma das Unidades de Referência Tecnológica do programa Territórios Sustentáveis

Modelo

Da Redação

28/06/2024 11:30

agro

Fonte: Embrapa

Pecuária

Com práticas de manejo e adubação de pastagem, o produtor rural Osvaldo Wagner, de São Félix do Xingu, no Sudeste Paraense, conseguiu recuperar o pasto, intensificar a produção e se tornar um prestador de serviços ambientais. A propriedade dele é uma das Unidades de Referência Tecnológica conduzidas pela Embrapa com apoio da Empresa de Assistência e Extensão Rural do Pará (Emater), no âmbito do Programa Territórios Sustentáveis, do Governo do Estado do Pará.



No local foram implantadas técnicas de recuperação e formação de pastagens visando a intensificação da produção, além da restauração de áreas de preservação permanente. Os resultados desse trabalho foram apresentados no Dia de Campo “Transformação Tecnológica em Produção de Pastagens”, realizado no dia 20/6, em São Félix do Xingu. O evento reuniu produtores do sul e sudeste do Pará, técnicos extensionistas, gestores públicos, empresários do meio rural e profissionais da agropecuária da região.



Serviços ambientais



Um dos destaques do Dia de Campo “Transformação Tecnológica em Produção de Pastagem” foi adesão do produtor Osvaldo Wagner ao projeto piloto do Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais. O produtor é um dos primeiros pecuaristas da região sudeste do Pará a receber incentivo financeiro do governo estadual pelos serviços prestados ao meio ambiente.



“O sr. Osvaldo passa receber um valor para continuar recuperando as áreas de preservação permanente e mantendo a área de floresta que ele tem na propriedade”, enfatizou Diana Castro, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PA).



“Trata-se de um dia muito importante para o Programa Territórios Sustentáveis porque a gente entrega uma Unidade de Referência Tecnológica que traz uma eficiência produtiva e mostra que é possível ter pecuária de forma eficiente aliada à preservação ambiental”, finalizou a gestora.



“A presença da Emater e mais recentemente da Embrapa aqui na propriedade foi muito importante para essa mudança. A gente primeiro tem que buscar o conhecimento e depois tem que ter coragem de colocar em prática”, afirmou o produtor Osvaldo Wagner.



Territórios Sustentáveis - Coordenado pelo governo do Pará, o programa Territórios Sustentáveis tem por objetivo levar à região dos municípios de São Félix do Xingu, Tucumã, Ourilândia do Norte e Água Azul do Norte uma série de ações para promover o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, coube à Embrapa oferecer uma série de capacitações e conduzir a instalação de Unidades de Referências Tecnológicas nas temáticas manejo e conservação dos solos, recuperação de pastagens, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistemas agroflorestais e recuperação florestal.



Produzir e preservar



“Apresentamos os resultados de três anos de trabalho na área do produtor, no âmbito do Programa Territórios Sustentáveis. São práticas simples nas quais o produtor acerta a fertilidade do solo, planta o capim mais adequado e faz o manejo da entrada e saída de animais no pastejo rotacionado”, explicou Bruno de Maria, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa no Pará. O manejo adequado da pastagem possibilita o aumento da produtividade do rebanho, seja para leite ou corte, e otimiza o uso das áreas de produção da fazenda, exercendo menos pressão sobre a floresta.



“Esse trabalho mostra para todos os agricultores da região que é possível aumentar a produtividade dos rebanhos retirando a pressão sobre a floresta”, afirmou Marlos Peterle, Secretário de Agricultura de São Félix do Xingu (PA). De acordo com o secretário, o município tem em torno de 15 mil propriedades registradas no Cadastro Ambiental Rural. A maioria delas tem pecuária de corte e de leite, o que posiciona São Félix do Xingu com o município com o maior rebanho bovino do país, com mais de dois milhões de cabeças.



Para o técnico extensionista Mário Gomes da Silva, do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), o evento foi um marco na divulgação de tecnologias no município.



“A pecuária de corte tem uma imagem negativa . “em relação ao meio ambiente, mas o que foi visto aqui é que se pode intensificar a produção e aumentar a produtividade sem a necessidade de desmatar novas áreas”, afirmou.



O Dia de Campo “Transformação Tecnológica em Produção de Pastagens” foi realizado pela Embrapa Amazônia Oriental com a parceria da Emater, Secretaria Municipal de Agricultura, Prefeitura de São Félix do Xingu, Programa Territórios Sustentáveis e Governo do Estado do Pará.


Tecnologias para intensificar a produção



O modelo de pecuária extensiva e sem manejo presente na região levou à degradação do solo e consequentemente à queda na produtividade dos rebanhos e à necessidade de abertura de novas áreas de produção.



“Antigamente a lotação era de 10 a 15 animais por alqueire e isso vem caindo ao longo do tempo. Hoje vemos pastos com lotação de cinco animais por alqueire”, relata o produtor Osvaldo Wagner.



Com o manejo e adubação da pastagem, além do pastejo rotacionado intensivo, que foram as principais práticas implantadas na área, o produtor conseguiu aumentar a lotação e usar a área de forma mais eficiente.



“O conhecimento mudou tudo. Conseguimos recuperar o pasto que estava quase degradado, aumentar a lotação para 16 animais por alqueire (em torno de 3 animais por hectare) e o gado ganha mais peso quando comparado ao pasto sem adubação”, conta o produtor.



No Dia de Campo, os produtores conheceram ainda a cultivar de capim BRS Capiaçu, que melhora a alimentação do rebanho no período seco.



“O capim fornece alimento de qualidade aos animais principalmente no período seco, quando a pastagem é prejudicada pela falta de chuvas e não tem rebrotas”, explicou Fábio Barbieri, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental. Além disso, o porte ereto e alta produtividade são ideais para silagem.



Outra questão abordada no evento foi a identificação e o controle de pragas, especialmente a cigarrinha.



“Preconizamos o manejo integrado para combater a cigarrinha. Ele envolve o manejo correto da pastagem, a correção do solo e adubação, práticas que fazem com que o pasto fique mais resistente. Outras opções são o controle biológico e o controle químico”, detalhou Roni de Azevedo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.




Fonte: Embrapa



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