Pecuária

Comitiva chinesa vem ao Brasil inspecionar frigoríficos em dezembro

China quer autorizar novos frigoríficos a exportar carne bovina e suína

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Sidnei Maschio

22/11/2023 18:58

Frigoríficos

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O Ministério da Agricultura confirmou na última sexta-feira (17) que a China vai mandar pra cá uma comitiva de técnicos pra uma viagem inspecionadeira, na intenção de autorizar novos frigoríficos brasileiros a exportar carne bovina e suína pro seu imenso mercado. Conforme o comunicado oficial divulgado na praça, os fiscais do serviço sanitário lá do gigante oriental vão correr chão no sertão entre os dias 4 e 15 de dezembro. No roteiro estabelecido foram incluídos quinze estabelecimentos que tinham pedido a sua entrada na lista, além de três outros que já vendem pra eles regularmente. Logicamente que aumentar a quantidade de unidades habilitadas pra embarcar o produto é uma notícia excelente, mas antes de comprar rojão pra fazer comemoração o caso merece da gente um instantezinho só de reflexão.


A primeira questão é que isso não quer dizer necessariamente que a China esteja planejando aumentar substanciosamente as suas compras de carne bovina brasileira, como aliás até foi falado pelos analistas do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, no seu mais recente relatório a respeito do rumo que deve ser tomado pelo mercado internacional no ano que vem. De acordo com o relatório produzidos pelos especialistas norte-americanos, no 2024 o governo chinês deve autorizar a importação de 3,5 milhões de toneladas, ou 100 mil toneladas a menos do que no 2023 que tá no seu trecho derradeiro. Repare também o companheiro boiadeiro que a China foi o destino de 53,1% do volume total de carne bovina exportado pelo Brasil no ano passado.


Já agora no ano presente, a participação chinesa deve encurtar pra 49%, o que de qualquer maneira não diminui a importância deles pro nosso setor exportador. Mas outra questão de extraordinária relevância é o valor que o comprador chinês tá pagando pela carne brasileira. Segundo a Secex, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, em 2022 o preço médio foi de US$ 6,620 mil por tonelada, enquanto nos dez meses já vencidos de 2023 a cotação caiu pra US$4,8 mil dólares. Pois então, o amigo pecuarista nem precisa ser doutor especialista em questões matemáticas e relações diplomáticas pra ver que, na verdade, o que a China tá querendo fazer aumentando a quantidade de fornecedores, é reforçar a sua posição na negociação pra poder continuar manobrando e derrubando a cotação.

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