Eventos

Setor de fertilizantes investe em sustentabilidade na busca por novos mercados

Especialistas discutiram as tendências em energia limpa durante o 10º Congresso Brasileiro de Fertilizantes

Modelo

Pedro Costa

29/08/2023 17:49

Congresso de Fertilizantes

Legenda: 10º Congresso Brasileiro de Fertilizantes


Fonte: Lilian Munhoz

Eventos

A transição energética é algo que está no DNA do Brasil. O etanol é um exemplo e agora o biocombustível ganha uma atualização: o etanol de segunda geração. Outras tendências no setor de bioenergia são: o biometano; o diesel verde, que promete uma reestruturação no mercado de soja; e o hidrogênio.


Durante o 10º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), diversos agentes do setor de fertilizantes falaram sobre essa revolução verde do segmento e das oportunidades na indústria e no campo.


As multinacionais do setor estão de olho neste mercado. No ano que vem uma empresa de fertilizante vai levar ao mercado a amônia verde. Investimento feito em parceria com uma empresa do setor sucroenergético.


“É uma amônia que vai ser utilizada para produzir nitrato de amônia, que é fertilizante verde, que vai ser utilizado no campo, principalmente na indústria de cana. O ponto interessante é que esse projeto será com biometano, com resíduo da cana de açúcar. Você gera uma economia circular”, disse o presidente da Yara Brasil, Marcelo Altieri, em entrevista ao canal Terraviva.


Projeções indicam um protagonismo ainda maior do Brasil no comércio global de milho, algodão e proteínas. O país representa atualmente 8% das exportações em nível global. O complexo soja lidera com crescimento de 12% ao ano. Algodão e milho seguem essa tendência com 15%. A missão das empresas de fertilizantes é levar ao mercado produtos que maximizem a produtividade numa agricultura tropical.


“Nós precisamos de uma estratégia que tenha primeiro: acordo comercial. Nós vamos aumentar a produção fácil com acordo comercial que garanta mercado. Segundo: logística e infraestrutura que permita uma competição melhor do que temos hoje em dia. Terceiro: tecnologia - que é a base do processo. Quarto: políticas públicas, que garantam renda como o seguro rural e credito. Quinto: organização do setor rural, sobretudo para trazer o pequeno produtor para dentro do mercado. Tudo isso implica num pacote tecnológico, cujo papel e embrulho é a sustentabilidade”, explicou Roberto Rodrigues, professor Emérito da FGVAgro.


Nesse futuro promissor de protagonismo na segurança alimentar global, o governo brasileiro está estruturando o plano nacional de fertilizantes, lançado no ano passado, depois da falta de insumos no mercado provocada pela guerra no Leste Europeu.


“Ele vai ser reestruturado. Mas é muito importante que o Brasil estrategicamente continue vendo esse tempo. Mas não por uma questão de autossuficiência, mas de redução da dependência. Dado que nós podemos ficar em momentos como esse, um setor que abocanha 27% do nosso PIB, fique vulnerável ao acesso a esses insumos”, ressaltou o Coordenador da FGVAgro, Guilherme Bastos.


MAIS NOTÍCIAS