A briga entre os compradores e os pecuaristas produtores pra ver quem manda no preço do leite no mercado internacional tá ficando cada vez mais encarniçada, conforme ficou perfeitamente demonstrado na terça-feira da semana passada, dia 18, durante a realização do segundo leilão deste mês presente na GDT, a Global Dairy Trade, que funciona mais ou menos como uma grande reunião virtual de negociação e influencia fortemente o setor em todo no mundo inteiro. Pois então, fiquem os companheiros e companheiras fazendeiros brasileiros devidamente sabelizados de que o valor médio dos derivados comercializados agora ficou em US$3.893 por tonelada, o que representou uma redução de 0,5% e mudou o rumo do carretão em relação ao pregão anterior, que tinha sido acontecido duas semanas antes.

O caso que mereceu atenção da parte dos técnicos da Cooperativa Neozelandesa Fonterra, que administra a GDT e promove estes leilões, foi que desta vez a cotação média caiu apesar de um novo esmagrecimento no volume de leite e derivados apresentados pra venda, que diminuiu pra 16.787 toneladas, ou 4,8% a menos, fazendo sempre a mesma comparação. Destrinchando o relatório distribuído na praça com o fechamento do balanço do dia, a maior queda foi do leite em pó integral, justamente o produto negociado em maiores quantidades na GDT, que caiu 2,5% e saiu por US$3.394 por tonelada. Já a alta mais substanciosa foi da manteiga, que aumentou 6,2% neste espaço de quinze dias, indo pra US$7.350.

A explicação pra esse devorteio feito pelo carretão no eito é que, apesar da substanciosa redução da produção em vários dos principais países fornecedores do mercado mundial, a demanda também tá patinando nos grandes compradores, como é o caso da China, que é o ponteiro na lista dos maiores importadores do setor leiteiro. Já a respeito de qual deve ser o efeito desta situação aqui no nosso próprio terreiro, o pessoal do portal Milkpoint tá dizendo que, mesmo considerando que praticamente tudo o que a gente compra no estrangeiro vem da Argentina e do Uruguai, que vendem mais caro pra gente por causa dos tratados do Mercosul, os preços lá de fora agora tão, de novo, mais baratos do que os nossos, e isso quer dizer que a companheira fazendeira pode desesperançar porque não vai ser já que essa consumição da invasão dos produtos importados vai acabar.